RISCO

Maior hidrelétrica em Goiás está com reservatório menor que em ano do apagão

A hidrelétrica em Goiás tem capacidade de gerar aproximadamente 2.083 megawatt (MG), mas produz somente 19% disso hoje

Usina hidrelétrica em Itumbiara
Nível do reservatório da maior hidrelétrica em Goiás é menor que em ano do apagão (Foto: Reprodução - Energia Hoje)

O nível de água do reservatório da maior hidrelétrica em Goiás em potencial de energia está abaixo de 10%. O nível é menor que o registrado em agosto de 2001, de 11%, quando houve um apagão no Brasil. Outras usinas como a de Batalha e São Simão apresentam níveis um pouco melhores, mas ainda baixos: 20,50% e 15,83%, respectivamente.

Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o volume útil atual da hidrelétrica de Itumbiara está em 9,77%. No mesmo período do ano de 2001, quando blecautes programados foram registrado no Brasil, esse nível era de 11,8%. A usina tem capacidade de gerar aproximadamente 2.083 megawatt (MG). Porém, o baixo volume útil da água provoca uma queda considerável nessa capacidade.

De acordo com Furnas, que administra a usina, no início da última semana a geração média da hidrelétrica de Itumbiara foi de 388 MW, o que equivale a 19% da capacidade total da unidade.

Nível do reservatório das hidrelétricas da bacia do Paranaíba (Foto: Reprodução – ONS)

Nível de hidrelétrica em Goiás é baixo, e risco de apagão também

Apesar do nível preocupante, o risco de um novo apagão é pequeno. De acordo com o engenheiro eletricista Jovanilson de Freitas, que já atuou em Furnas, em 2001 o sistema elétrico do país não era interligado como é hoje. “Cada região gerava energia para seus limites ali. Hoje o sistema é totalmente interligado, com exceção a Roraima”, disse.

Ao Mais Goiás, o engenheiro explica que as usinas hidrelétricas não fornecem energia diretamente para seus estados, mas sim para o sistema elétrico. Logo, em caso dos níveis do reservatório das hidrelétricas em Goiás ficarem ainda menores, outras que estivessem em situação mais confortável poder gerar energia o suficiente para afastar o risco de um apagão.

“Se pegar as hidrelétricas do Norte e Nordeste, por exemplo. Lá, a maioria das usinas estão com nível acima de 40%. Essas regiões conseguiriam trazer energia. Nosso maior problema hoje é a capacidade de demanda, que pode aumentar de agora pra frente, ainda mais nesse momento crítico de calor”, concluiu.

Risco de racionamento em Goiânia

Assim como nas hidrelétricas, a situação do nível da água na bacia que abastece Goiânia também é preocupante. Conforme a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semad), a vazão do Rio Meia Ponte perdeu 251 litros por segundo (l/s) em apenas quatro dias.

Enquanto a vazão do manancial que abastece Goiânia ficou em 2.714 l/s na última segunda-feira (6), o que fez com que o rio passasse a ser classificado em Nível Crítico 3, a vazão desta sexta-feira (10) já caiu para 2.463 l/s. Apesar de ter havido uma melhora na última segunda, com o nível voltando para 2.714 l/s, o manancial continua na classificação de Nível Crítico 3, a segunda mais grave.