Mesmo armado, suspeito de matar seguranças teve entrada facilitada em boate, diz delegado
Investigações apontaram que o suspeito e o grupo de amigos dele possuíam amizade com a gerência do local e, por isso, tiveram a entrada facilitada
As investigações sobre o assassinato de dois seguranças em uma boate de Itumbiara apontaram que houve negligência na revista do suspeito de cometer os homicídios. Segundo relata Vinicius Penna, delegado responsável pelo caso, Pedro Henrique, suspeito de fazer os disparos, teve a entrada facilitada no estabelecimento, mesmo estando armado. Crime ocorreu no último dia 8 de março e deixou dois mortos e dois feridos. Suposto autor continua foragido.
Conforme expõe o investigador, as imagens obtidas pela Polícia Civil (PC) mostram que o suspeito e o grupo ao qual ele pertencia não foram revistados devidamente. “As filmagens mostram que houve revista bastante superficial. Em algumas pessoas do grupo sequer houve essa revista. Havia um detector de metal para facilitar essa identificação, mas ele não foi utilizado”, disse.
Na mesma noite, de acordo com Vinicius Penna, um policial militar teve a entrada barrada por estar armado. “O policial só pôde entrar na boate depois de colocar a arma no cofre do estabelecimento. Isso prova que as equipes poderiam evitar a entrada do suspeito caso a revista tivesse sido feita da maneira correta”.
As apurações reforçam a hipótese de que houve facilitação da entrada do grupo, que tinha proximidade com pessoas da gerência do estabelecimento. “Relatos de testemunhas dão conta de que eles eram clientes assíduos e gastavam muito. Tinham espaço especial no estabelecimento e, por isso, não eram constrangidos e não eram submetidos aos mesmos rigores que outros clientes”, afirmou.
Falso testemunho
Segundo o delegado, a gerência da boate deve responder por falso testemunho, já que omitiram informações importantes para o andamento das investigações. “Durante os depoimentos, não deram detalhes desse relacionamento com o grupo e omitiu que essas pessoas tinham tratamento diferenciado”, ressaltou.
O inquérito deverá ser concluído nos próximos dias. Antes disso, o investigador irá ouvir integrantes do grupo que andava com Pedro Henrique para saber se houve participação de terceiros. “Queremos descobrir um único ponto que ainda não foi esclarecido. Vamos tentar descobrir se o suspeito entrou com a arma na boate ou se outra pessoa entrou na casa noturna e entregou esse revólver para ele”.
Relembre
As investigações revelaram que o crime ocorreu depois que Pedro Henrique tentou sair da boate com copos do local. A equipe de segurança tentou impedir e solicitou que devolvesse os objetos.
O fato, conforme explica o delegado, acabou originando uma discussão entre o segurança e o grupo. Durante a confusão, Pedro Henrique teria sacado uma arma e disparado contra a vítima Welder Stevan de Moura Daniel, de 37 anos. Na saída da casa noturna, o suposto autor encontrou um segurança identificado como Jorge Pereira Bessa, 43, e também efetuou disparos contra ele. As vítimas morreram no local. Outras duas pessoas, um terceiro segurança e um cliente, foram atingidas e ficaram feridas.