Investigação

Ministério do Trabalho fiscaliza excesso de trabalho em hospitais geridos por OSs

Os auditores da Superintendência do Ministério do Trabalho em Goiás realizaram uma fiscalização nos maiores…

Os auditores da Superintendência do Ministério do Trabalho em Goiás realizaram uma fiscalização nos maiores hospitais públicos geridos por Organizações Sociais pelo Estado. Foram constatadas irregularidades nas contratações de médicos e excesso na jornada de trabalho dos colaboradores.

O auditor do trabalho responsável para operação, Ricardo de Oliveira, relatou que desde janeiro deste ano, as investigações ocorriam nas três OSs que gerem boa parte dos hospitais públicos de Goiânia e Região Metropolitana, sendo elas a Agir, que é responsável pelo Crer e pelo Hugol; Gerir, que é administradora do Hugo e Hospital de Urgência de Trindade (Hutrin) e o IGH, que está à frente do Materno Infantil (HMI), Huapa e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes.

Segundo Ricardo, vários servidores estavam trabalhando em jornada de 60 horas seguidas. O tempo é cinco vezes maior do que as 12 horas recomendadas pelo Ministério de Trabalho. “Isso impacta na qualidade do serviço, na saúde do profissional e principalmente do paciente”, disse. Além disso, o auditor conta que cerca de 300 colaboradores estavam sem contrato de trabalho vinculado com os hospitais.

Ainda segundo Ricardo, a auditoria constatou que as OSs não realizavam controle da jornada de trabalho dos funcionários e que alguns médios estavam ganhando sem cumprir totalmente a sua escala. “A gente constatou a falta de uma medição de serviço e verificamos que tinham médicos que estavam cumprindo uma hora de serviço e recebendo por seis, por exemplo.”

Os dados levantados foram apresentados para os órgãos responsáveis e também para o Ministério Público Federal, já que existe o repasse de verba da União para o Estado que distribui para as OSs.

Em nota, a Secretária de Saúde do Estado informou que só vai se pronunciar quando for comunicada pelo conteúdo da notificação pela Auditoria Fiscal do Trabalho. A redação do Mais Goiás tentou entrar em contato com as três organizações citadas, mas as ligações não foram atendidas.