Operação Arapuca

Ministério Público abre denúncia contra 10 pessoas por extorsão em Goiás

O Ministério Público de Goiás (MP) divulgou na manhã desta sexta-feira (24) denúncia contra sete…

O Ministério Público de Goiás (MP) divulgou na manhã desta sexta-feira (24) denúncia contra sete policiais civis, dois advogados e uma pessoa que se passava por agente de polícia, que estavam envolvidos em crimes apurados pela Operação Arapuca, deflagrada no último dia 09.

A Operação Arapuca durou cerca de quatro meses. Já foram identificadas mais de 12 vítimas dessa associação criminosa. Segundo o MP-GO, ainda serão feitos interrogatórios e oitivas para concluir o caso. Foram apreendidas duas armas de fogo e diversos celulares, pois a quadrilha se comunicava principalmente por WhatsApp.

Segundo o que foi apurado, haviam, inclusive, grupos em redes sociais para captar novos clientes. A associação ameaçava as vítimas alegando que elas seriam expostas pela imprensa se não pagassem a quantia exigida. Uma das vítimas fez a denúncia ao MP-GO alegando ter sido extorquido pelos criminosos e, com isso, teve início as investigações.

Apesar dos mandados de prisão cumpridos, os indivíduos ainda não foram afastados dos cargos. O promotor Paulo Parizotto, integrante do GCAP, explicou que foram realizadas prisões temporárias.

Denunciados

Danilo César Approbato está sendo acusado por se passar por policial civil. Ele responde criminalmente por 2 roubos com uso de arma de fogo, 11 extorsões praticadas com restrição à liberdade da vítima e crime de falsidade ideológica.

Luiz Carlos de Melo, agente de polícia lotado no 4º DP, responde por roubo com uso de arma de fogo, 10 extorsões praticadas com restrição à liberdade da vítima e crime de falsidade ideológica. Já Márcia Rodrigues de Sousa, escrivã da Polícia Civil lotada no 4º DP, é acusada de três extorsões praticadas e falsidade ideológica.

Ironilson Martins da Rocha, agente de polícia lotado no 4º DP, responde criminalmente por 4 extorsões praticadas com restrição à liberdade da vítima e uso de arma de fogo. Giovani Alves Gurgel, agente de polícia lotado no 4º DP, é acusado de prática de extorsão com restrição à liberdade da vítima e uso de arma de fogo.

Gilvan de Sousa Ribeiro, agente de polícia lotado no 19º DP, é acusado de prática de extorsão com restrição à liberdade da vítima e uso de arma de fogo. Helber Natal Souza dos Santos, agente de polícia lotado no 25º DP, responde criminalmente por roubo com uso de arma de fogo e por extorsão praticada com restrição à liberdade da vítima.

Livomar Messias da Costa, agente de polícia lotado no 25º DP, responde por roubo com uso de arma de fogo e por extorsão praticada com restrição à liberdade da vítima. Juliana Angélica de Lucena Ferraz, advogada, é acusada de 4 extorsões com restrição à liberdade da vítima.

Jorge Carneiro Correia, advogado, é acusado de 3 extorsões com restrição à liberdade da vítima.

Peculiaridades

De acordo com as investigações, um dos presos se associou ao grupo depois de ter sido vítima da associação. Esse indivíduo vendia medicamentos ilícitos e, após o pagamento da quantia exigida para não ser preso em flagrante, ele se associou combinando de comprar os medicamentos apreendidos pela associação.

Na maioria das vezes, as mercadoria ilícitas apreendidas pelo grupo, como arma de fogo, medicamentos, e até drogas, eram revendidos no mercado paralelo. Entre as peculiaridades do grupo, em algumas situações, eles combinavam com agentes policiais de falsificar mandados de prisão para entrar na casa dessas vítimas.

O que mais surpreendeu os envolvidos na investigação foi a atuação do falso policial. Ele tinha acesso as armas, viaturas e informações da polícia, além de transitar normalmente na unidade como se fosse um policial. De acordo com o delegado André Gustavo Ganga, superintendente de Polícia Judiciária, eles vão investigar se as informações eram repassadas a esse falso policial ou se esse falso policial tinha realmente acesso as informações.

A operação está sob a coordenação do Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GCEAP) e do Centro de Inteligência (CI-MP), com apoio do Gabinete de Segurança Institucional do MP (GSI-MP), em parceria com a Polícia Civil de Goiás (PC).