Motoristas denunciados pela morte de duas pessoas em racha na T-9 vão a júri popular, em Goiânia
Data do julgamento ainda não foi divulgada
Os dois motoristas denunciados pela morte de um jovem e uma adolescente durante um racha na Avenida T-9, em Goiânia, vão a júri popular. Eduardo Henrique e Arthur Yuri também são acusados por três tentativas de homicídio em relação aos sobreviventes da disputa automobilística. O caso ocorreu em maio de 2022. A data do julgamento ainda não foi divulgada.
O acidente aconteceu depois que o grupo saiu de uma balada no Setor Marista. Eduardo capotou uma caminhonete de luxo durante a aposta com Arthur. Marcela Sonia Gomes do Amaral, de 15 anos, e Wictor Fonseca Rodrigues, de 20 anos, estavam no mesmo veículo que Eduardo e não resistiram aos ferimentos.
O juiz Lourival Machado da Costa, da 2ª Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia, informou que a defesa dos acusados ficaram inertes na apresentação de suas alegações finais, embora estivessem devidamente intimados. Conforme o juiz, é indiferente que a defesa antecipe suas teses.
“Mesmo porque, por uma questão de estratégia, não lhe seja conveniente antecipar suas teses que serão apresentadas em plenário, fato este que não gera nulidade processual”, disse o juiz Lourival.
Denúncia
Segundo a denúncia apresentada ao Ministério Público, o grupo havia saído de uma balada no Setor Marista, na capital, após ingerirem bebidas alcoólicas. Na época, Eduardo tinha 22 anos e conduzia uma Toyota Hilux com seis pessoas dentro do veículo, quantidade acima do permitido. Arthur, de 18 anos, estava em uma BMW com três passageiros e não tinha carteira de habilitação.
Durante a disputa automobilística, Eduardo perdeu o controle da direção da caminhonete, atingiu uma árvore de raspão e, logo em seguida, capotou o veículo. A adolescente Marcella foi arremessada e morreu na hora e o estudante Wictor teve morte cerebral dias depois do acidente.
De acordo com o juiz Lourival, a autoria e a participação dos acusados está no fato deles conduzirem em alta velocidade em uma via pública após ingerir bebida alcoólica. Lourival afirmou que os dois assumiram o risco de uma possível morte e de lesão das vítimas.
O juiz ainda ressaltou que as vítimas que são citadas no processo disseram que Eduardo sorria diante dos pedidos para que ele reduzisse a velocidade da caminhonete. “Nesta condição há que se inferir que as vítimas naquela condição estariam totalmente indefesas, em tese, sem possibilidade de se defenderem ou evitar o acidente”, afirmou.