REGIÃO METROPOLITANA

Motoristas do transporte coletivo entram em greve na terça-feira (11)

Motoristas do transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia entram em greve a partir da meia-noite…

Meia tarifa no Terminal Araguaia, em Aparecida de Goiânia, é adiada
Meia tarifa no Terminal Araguaia, em Aparecida de Goiânia, é adiada (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)

Motoristas do transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia entram em greve a partir da meia-noite de terça-feira (11). A confirmação foi dada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo), Sérgio Reis de Araújo. Segundo ele, a categoria tem 50 propostas não atendidas, dentre elas a data-base, atrasada desde março, e a vacinação da categoria.

“Não houve tentativa de negociação nem por parte do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (SET) e nem por parte do Estado [em relação a vacinação]”, lamenta. De acordo com Sérgio, na categoria há alta taxa de mortalidade, chegando a 8%. “O governo diz que é prioridade, mas não tem uma agenda de vacinação.

Já sobre a data-base, ele diz que a de 2020 já não teve o ajuste retroativo, e a deste ano, nem foi feita ainda, pois os empresários alegam não terem recursos. “Os empresários têm recebido subsídios, do Estado e dos municípios, e alegam que não tem dinheiro para fazer as negociações com os trabalhadores. Mas não há transparência sobre os recursos. Simplesmente dizem que não tem dinheiro.”

Questionado qual a duração da paralisação, decidida em assembleia no último dia 2, Sérgio afirma que esta só tem data para começar. “A mensagem que quero dizer ao usuário é que eles possam compreender a nossa situação, pois muitos motoristas estão morrendo. Nós também entendemos a situação deles. Um trabalhador contaminado, além do risco de levar a sua família, pode contaminar os usuários”, explica.

De acordo com o presidente, a questão psicológica desses profissionais está por um fio. “Estão com medo de morrer e levar a doença para a família. Como vão trabalhar bem dessa forma?”

Respostas

O secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, explicou ao portal que os motoristas de ônibus não fazem parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e que a inclusão dos mesmos depende do Ministério da Saúde (MS). Segundo ele, mesmo os professores que estão no PNI, não conseguiram ser antecipados dentro como prioridade.

Ele lembra que só possível incluir os profissionais de forças de segurança, pois houve recomendação do próprio programa. “Por mais que entendamos o anseio da população, não é por demanda parlamentar ou de grupo, pois não existe vacina para todos. Precisamos de uma sinalização do MS”, justificou.

O que dizem as empresas

Em nota divulgada no começo da noite desta sexta-feira, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo da região Metropolitana de Goiânia informa que ingressou com pedido de mediação no Tribunal Regional do Trabalho para impedir que os motoristas entrem em greve a partir de terça-feira. O Sindicato diz também que o TRT receberá representantes das empresas e dos funcionários na tentativa de construir um acordo entre as partes. 

“O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo da região Metropolitana de Goiânia (SET) apoia a luta para incluir os profissionais que estão na linha de frente da operação no grupo de risco para que recebam a vacina”, diz a nota. “Nós estamos trabalhando, inclusive, junto ao poder público para que isso aconteça”, afirma o presidente do sindicato, Adriano Oliveira. 

No que diz respeito à remuneração dos trabalhadores, o sindicato afirma que desde janeiro deste ano a categoria recebe aumento no ticket e no salário. “É uma das poucas categorias profissionais que tiveram algum reajuste durante a pandemia”, completa o sindicato.