TRAGÉDIA

MPF apurou irregularidades em avião que matou Marília Mendonça

A PEC Táxi Aéreo, empresa dona da aeronave que caiu com Marília Mendonça e equipe,…

Avião que caiu com Marília Mendonça começa a ser retirado do local do acidente (Foto: Reprodução)
Avião que caiu com Marília Mendonça começa a ser retirado do local do acidente (Foto: Reprodução)

A PEC Táxi Aéreo, empresa dona da aeronave que caiu com Marília Mendonça e equipe, tinha denúncias no Ministério Público Federal sobre irregularidades que colocariam em risco tripulantes e passageiros. A notícia fato – de junho deste ano – apontou que mesmo diante das denúncias à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a “empresa nunca passou por auditoria a fim de serem averiguadas as irregularidades”.

O documento aponta que era recorrente que a empresa colocasse pilotos com jornada de voo estourada para voar, lançando mão do código da Anac de outro piloto com hora voo liberada. “Fato presenciado em diversos voos tanto executivos quanto aeromédico na empresa”, diz a notícia de fato do MPF.

Os casos envolvendo questões trabalhistas em aviões de táxi aéreo foram direcionados ao Ministério Público do Trabalho.

Problema em avião de acidente de Marília Mendonça foi solucionado

A denúncia diz que a aeronave com prefixo PT-ONJ estava desde o início do ano realizando voos com o problemas no para-brisa. “Ocorrendo que o vidro fica embaçado com prejuízo visual em pousos e decolagens, fato conhecido pela empresa, porém ignorado, já denunciado à ANAC, porém sem vistoria feita.”

Foi justamente um turbo-hélice King Air com prefixo PT-ONJ que caiu na sexta-feira (5) e culminou com a morte da cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas.

O MPF diz que a notícia de fato em tramitação no 1º Ofício do MPF em Goiás para apurar suposta irregularidade na aeronave de prefixo PT-ONJ, de propriedade da empresa PEC Taxi Aéreo, por falha no Sistema de Aquecimento dos Para-Brisas, foi arquivada em agosto de 2021. Após manifestação da Anac de que a falha verificada foi corrigida e testada por organização de manutenção certificada.

O Mais Goiás tenta contato com a empresa, mas sem sucesso. O espaço está aberto para livre manifestação.

O que sabe sobre o acidente que matou Marília Mendonça?

Até o momento, a Força Aérea Brasileira investiga a dinâmica e causas do acidente. A aeronave estava em dia e com registro ativo e com autorização de realizar serviço de táxi aéreo. As condições de voo na hora do acidente eram favoráveis. Odor de combustível no local indica que o avião estaria abastecido.

A Companhia Elétrica de Minas Gerais emitiu nota em que confirma que a aeronave atingiu um cabo de torre de distribuição, o que deixou 33 mil sem energia na região de Piedade de Caratinga.

Anac diz que aeronave tinha autorização

Em nota, a Anac diz que de acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o avião estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido até 01/07/2022. A empresa tinha autorização para operar táxi-aéreo.

A agência ainda afirma que as investigações sobre as causas do acidente serão realizadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticas (Cenipa), do Comando da Aeronáutica. “A Anac acompanha as investigações que estão em curso e se mantém à disposição”, completa a nota.

As mortes confirmadas no acidente do avião estão:

  • Marília Mendonça, cantora, de 26 anos;
  • Henrique Ribeiro, produtor de Marília, de 32 anos;
  • Abicieli Silveira Dias Filho, tio e assessor da cantora, de 43 anos;
  • Geraldo Martins de Medeiros Júnior, piloto do avião, de 56 anos;
  • Tarciso Pessoa Viana, co-piloto do avião, de 37 anos.