DENÚNCIA

MP denuncia pintor por estupro, assassinato e tentativa de ocultação de corpo de fisioterapeuta em Rio verde

Ministério Público alega que pintor cometeu feminicídio qualificado, estupro, furto, cárcere privado e tentativa de ocultação de cadáver

O Ministério Público de Goiás (MPGO) apresentou denúncia, na segunda (23), contra o pintor Jefferson Erivaldo da Silva Nascimento, que está sob investigação por estupro, homicídio e tentativa de ocultação do corpo da fisioterapeuta Larissa Araújo, em Rio Verde, sudoeste de Goiás. O crime foi revelado em 2 de outubro, quando o suspeito capotou o carro e o corpo de Larissa, escondido no veículo, foi arremessado na BR-060.

A denúncia submetida pelo MPGO diverge da classificação jurídica dada pela Polícia Civil ao pintor no encerramento do inquérito. O MPGO alega que Jefferson cometeu um crime de feminicídio qualificado, devido à violência empregada, além de estupro, furto qualificado, cárcere privado e tentativa de ocultação do cadáver.

Em 11 de outubro deste ano, quando as investigações foram concluídas, a Polícia Civil havia indiciado o pintor por latrocínio, estupro e tentativa de ocultação de cadáver. Isso ocorreu, porque a polícia acreditou que Jefferson matou Larissa para roubar bens em sua casa e, durante o crime, a estuprou. Material genético masculino foi encontrado no corpo da vítima.

“Os indícios apontam que ele escolheu aleatoriamente. Ele entrou na residência com a intenção de roubar e, ao se deparar com a vítima, a neutralizou por meio da violência, amarrando-a”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Caio Martines, durante as investigações.

A denúncia do MPGO contraria a tese da Polícia Civil, alegando que Jefferson matou a fisioterapeuta para ocultar o estupro. Conforme a instituição, essa mudança deve ter um impacto direto na sentença do pintor, que poderá ser julgada pelo Tribunal do Júri, em vez de um juiz singular.

Se as acusações forem aceitas pela Justiça, Jefferson poderá ser condenado a uma pena de mais de 40 anos de prisão. O MPGO também solicita uma indenização de R$ 500 mil a ser pago à família de Larissa.

Próximas etapas

Assim que a Justiça receber a denúncia do MPGO, notificará o acusado para que ele possa constituir um advogado de defesa. Em seguida, haverá uma audiência preliminar perante o Tribunal do Júri para analisar as provas.

Posteriormente, o juiz decidirá se o pintor será julgado pelo Tribunal do Júri. Caso opte por essa via, o julgamento está previsto para o próximo ano. Até a última atualização desta reportagem, o Mais Goiás não conseguiu localizar a defesa do suspeito.

Relembre o caso

No dia 2 de outubro deste ano, um carro capotou na BR-060 e um cadáver havia sido arremessado de dentro do porta malas, após investigações a polícia concluiu que o corpo era da da fisioterapeuta Larissa Araújo de 25 anos e o homem acabou sendo preso minutos depois, em uma região de mata próxima ao local do capotamento.

Segundo a polícia, além de roubar o carro, o homem também levou itens da casa, como um botijão de gás e uma televisão.

“Esse carro era dela, estava na garagem. Os objetos que estavam dentro também eram pertences dela. Acreditamos na possibilidade de ter entrado na casa para fazer um furto, acabou progredindo para um estupro e retirou o corpo do local para evitar provas”, disse o delegado Caio Martines.

Na tentativa de fuga para desovar o corpo, Jefferson capotou o carro na BR-060. Câmeras de segurança da região registraram o momento do acidente. As testemunhas disseram que o corpo foi arremessado do carro, amarrado e enrolado em um lençol. O motorista saiu correndo do local pela rodovia e entrou em uma região de mata.

Segundo a Polícia Militar, Jefferson foi localizado minutos após o acidente e conduzido à delegacia. Em depoimento, ele disse ter recebido a quantia de R$100 e 25g de maconha do ex-namorado de Larissa para esconder o corpo. Mas a polícia contesta a versão do suspeito, acreditando que ele mesmo a roubou, estuprou e matou a vítima.

O ex-namorado da jovem chegou a ser ouvido, mas não foi investigado, pois não haviam elementos que o envolvessem com o crime. Conforme o delegado, Jefferson agiu sozinho e criou falsos álibis no decorrer da investigação para tentar se livrar do crime.