CAMINHADA

“Muita fé”, diz carreiro que percorreu 76 km em dois dias para chegar em Trindade

O carreiro Chicão Berranteiro, que há 32 anos faz o trajeto entre Damolândia e Trindade,…

O carreiro Chicão Berranteiro, que faz o trajeto entre Damolândia e Trindade, percorreu cerca de 76 km para chegar à Romaria. (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)
O carreiro Chicão Berranteiro, que faz o trajeto entre Damolândia e Trindade, percorreu cerca de 76 km para chegar à Romaria. (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

O carreiro Chicão Berranteiro, que há 32 anos faz o trajeto entre Damolândia e Trindade, percorreu, nesta semana, cerca de 76 km para chegar à Romaria do Divino Pai Eterno. A caminhada ao lado de carros de boi durou dois dias. Para ele, tal tradição é a expressão de “muita fé”.

As primeiras comitivas de carros de boi chegaram em Trindade no dia 24 de junho, data de início da Romaria. Desde então, centenas de carreiros se deslocaram para a cidade para participar do Desfile de Carreiros e Muladeiros, que acontece na manhã desta quinta-feira (30), com saída da Antiga Cadeia, seguindo em romaria até a Igreja Matriz.

Segundo o presidente da Federação dos Carreiros, José Eugênio, carreiros de várias cidades goianas se deslocaram para a capital da fé. De acordo com ele, há pessoas de Petrolina, Damolândia, Anicuns, Mossâmedes, Orizona e diversos outros municípios.

Chicão Berranteiro está entre os carreiros que percorreram vários quilômetros para participar da festividade e expressar a fé. Ao Mais Goiás, ele disse que durante os 76 km de percurso, sua função é tocar o berrante para chamar a boiada, além de tocar os carreiros e chamar o pouso.

“É muita fé. Ficamos 2 anos sem vir por causa da pandemia, mas estamos aí de novo. Passamos dois dias e duas noites na estrada. Damolândia foi a cidade onde surgiram os primeiros carros de bois. O irmão do meu avô vinha primeiro e isso foi passado de geração em geração”, afirmou.

(Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

Tradição

Joaquim Marques Soares, de 67 anos, também vive a tradição da Romaria há 25 anos. Ele, que é de Palmeiras de Goiás, conta que fez dois pousos na estrada, pois a comitiva só anda até meio-dia para não maltratar os animais.

O carreiro afirma que não pretende parar com a tradição tão cedo. “Faço isso há 25 anos, enquanto o Divino Pai Eterno me ajudar, eu estou andando. Tivemos que parar um pouco por causa da pandemia, mas se Deus quiser agora vamos continuar da forma que era antes”, destacou.

(Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)