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O carnaval precisa ser adiado

“Em fevereiro, tem carnaval…”. Pelo bem da saúde dos brasileiros, o clássico som de Jorge…

escolas de samba vacina coronavírus Carnaval de rua reúne 6,4 milhões de pessoas no Rio
Carnaval de rua reuniu 6,4 milhões de pessoas no Rio de Janeiro esse ano (Foto: Marco Antonio Teixeira / Riotur)

“Em fevereiro, tem carnaval…”. Pelo bem da saúde dos brasileiros, o clássico som de Jorge Ben teria que ser alterado nesse fatídico 2021. Nosso país tropical está machucado demais com as mais de 210 mil vidas perdidas para a covid-19. E vivemos uma escalada das contaminações pelo vírus a menos de um mês do feriado dedicado à folia. Por tudo isso que o carnaval de 2021 deveria ser adiado.

Veja bem: não defendo o cancelamento da festa, mas seu adiamento. Não teríamos feriado em fevereiro e sim numa data qualquer no último trimestre do ano. Como sugestão, proponho a terça-feira, dia 16 de novembro. Aproveitaríamos o feriado da Proclamação da República do dia 15 que cai na segunda e ampliaríamos a folga dos em mais um dia. Compensaria a folga negada em fevereiro e teríamos uma data de carnaval fora de época em novembro. Fica a sugestão.

Vários segmentos como turismo, gastronomia, transporte e entretenimento dependem financeiramente do carnaval. Inúmeras cidades Brasil afora têm na festividade um importante incremento em suas receitas pela chegada dos foliões. Negar o carnaval é negar recursos para essas pessoas.

Se deixarmos o feriado em 16 de fevereiro e não o transformarmos em dia útil, teremos aglomerações clandestinas nas ruas de todo Brasil. Nosso povo já deu sinais aos montes de que não está muito preocupado com o isolamento social. Por que faria diferente no carnaval?

E os resultados seriam tão nefastos quanto os que estamos colhendo agora por conta das confraternizações de final de ano. Por mais que não tenhamos os incentivos oficiais ao carnaval de estados e prefeituras, o feriado incentiva viagens e festas. Para alegria do vírus.

O Governo Federal deveria assumir a liderança nesse debate. Propor a alteração do feriado em todo país ajudaria a preservar vidas. O problema é que liderança não é característica de Jair Bolsonaro. E o foco prioritário do Palácio do Planalto, nesse momento, é achincalhar João Doria. Se o presidente trabalhasse com esse mesmo afinco para solucionar problemas causados pela pandemia, a tragédia que vivemos seria de menor proporção.