SE CORTOU PARA VIVER

OAB apura conduta de advogada que supostamente defende vítima e agressor ao mesmo tempo, em Goiás

Sob suposta representação da advogada do marido, mulher agredida retirou queixas e homem foi liberado

Sob suposta representação da advogada do marido, mulher agredida retirou queixas e homem foi liberado (Foto: divulgação/PM)
Sob suposta representação da advogada do marido, mulher agredida retirou queixas e homem foi liberado (Foto: divulgação/PM)

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) está apurando o caso de uma advogada que é, supostamente, responsável por representar uma vítima de violência doméstica e defender o agressor dela, ao mesmo tempo. A mulher, 28, precisou cortar os próprios pulsos para que fosse hospitalizada e, assim, escapasse de agressões constantes e do cárcere privado imposto pelo próprio marido.

Segundo a OAB, se a relação dúbia da advogada for confirmada, poderá abrir um procedimento ético disciplinar contra a profissional. “O advogado(a) do investigado por um crime não pode representar, ao mesmo tempo, a vítima desse delito, pois tal conduta caracterizaria, em tese, violação do sigilo profissional e patrocínio infiel.”, explicou a nota da OAB.

Se feriu para viver

Após ser vítima de inúmeros episódios de violência, a mulher decidiu se ferir no dia 3 de janeiro. Assim, foi levada ao hospital pelo próprio agressor e conseguiu denunciar que era vítima de agressões constantes.

A Polícia Militar foi acionada e o marido, Ariston Alves Meira Filho, de 56 anos, foi preso em flagrante. Segundo a PM ele invadiu o hospital, removeu a mulher da internação a força antes de resistir à prisão e ser dominado.

Porém, apesar disso, foi solto após audiência de custódia, que decretou medidas protetivas para a vítima. A mulher, acompanhada pela advogada do marido, retirou a queixa e ainda pediu a extinção das medidas protetivas.

Procurada, a advogada Naama Cabral não retornou os contatos do Mais Goiás. O espaço está aberto para que ela se manifeste.