CONSEQUÊNCIAS

Obra em Goiânia que desabou e causou morte de pedreiro era irregular

A obra que desabou e matou o pedreiro Augusto Gonçalves de Oliveira Neto, de 54…

Obra em Goiânia que desabou e causou morte de pedreiro era irregular
Obra em Goiânia que desabou e causou morte de pedreiro era irregular (Foto: Divulgação - Bombeiros)

A obra que desabou e matou o pedreiro Augusto Gonçalves de Oliveira Neto, de 54 anos, era irregular. A informação é do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO). O acidente aconteceu no fim da manhã de quinta-feira (10), no Jardim Guanabara, em Goiânia. A Defesa Civil recomendou a demolição do que restou da construção, a fim de evitar novas tragédias.

De acordo com o Crea, não havia um profissional técnico capacitado e responsável pela reforma que estava sendo feita no galpão. Por conta disso, ninguém notou que havia uma sobrecarga na estrutura metálica.

“Era uma obra irregular, pois uma obra de reforma precisa, obrigatoriamente, de um responsável técnico, inclusive, para conseguir o álvara de reforma. Ou seja, falta esse profissional e, consequentemente, falta toda uma documentação que permite a intervenção. O proprietário que inicia uma obra sem o responsável técnico assume para si uma série de consequências na esfera cível, trabalhista e penal. Nesse caso principalmente, uma vez que, infelizmente, um dos funcionários morreu”, explicou o coordenador de engenharia civil do Crea, Ricardo Ferreira, em entrevista ao Mais Goiás.

Defesa Civil recomenda demolição do restante da obra

O coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil, Robledo Mendonça, explicou que o recomendado é que se faça a demolição do restante das paredes que ficaram. Isso porque, elas sofreram abalos e podem gerar risco aos imóveis que estão ao redor.

“Ressaltamos a importância de um profissional técnico, seja um engenheiro civil ou um arquiteto, para que se faça uma obra segura e adequada”, afirmou Robledo ao Mais Goiás.

Desabamento de laje do Jardim Guanabara prejudica casa de vizinhos

Desabamento de laje do Jardim Guanabara prejudica casa de vizinhos (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

O órgão também já interditou dois imóveis vizinhos à laje que desabou. Um deles é residencial, onde mora a da dona de casa Diva dos Santos. Ao Mais Goiás, ela disse que pretende continuar a dormir na casa.

“Eu cuido do meu velho (marido) que fica na cadeira de rodas, ele precisa de atenção de noite e fica complicado de ir para casa de alguém. Vamos ficar por aqui mesmo, a defesa interditou só os quartos. Meu filho vai dormir na sala, vou colocar um colchão no chão e vamos dormir aqui mesmo. A gente fica com medo, mas fazer o que, ‘né’?”, explica dona diva.

Investigação

A Polícia Civil investiga o caso para descobrir à fundo quais foram as irregularidades da construação no galpão. A Polícia Técnico-Científica informou que a Perícia ainda está em andamento. O local permanece isolado e sob a custódia da Polícia.

“Quinta (10) foram realizados os primeiros exames com a atuação de três peritos criminais da Seção de Engenharia Forense (SENG) aqui do Instituto de Criminalística Forense (ICLR). Hoje (11) tivemos outra equipe, também de peritos da SENG no local, que ainda nem retornaram de lá”, informou a PTC.

O pedreiro Augusto Gonçalves de Oliveira Neto, de 54 anos, trabalhava na obra que desabou e morreu soterrado pelos destroços.

O pedreiro Augusto Gonçalves de Oliveira Neto, de 54 anos, trabalhava na obra que desabou e morreu soterrado pelos destroços. (Foto: Divulgação – Bombeiros)

O dono da loja de móveis em que houve o acidente estava no local durante o desabamento e disse ao G1 que ainda está muito abalado para falar sobre o que aconteceu. No entanto, ele garantiu que está prestando assistência à família do pedreiro que morreu no acidente.

Pedreiro morreu por conta de desabamento

O pedreiro Augusto Gonçalves de Oliveira Neto, de 54 anos, trabalhava na obra que desabou e morreu soterrado pelos destroços.O Corpo de Bombeiros esteve no local e chegou prestar socorros. Porém, quando encontraram o pedreiro ele já em parada cardiorrespiratórioa. A equipe afirma que realizou manobras de reanimação por cerca de uma hora, mas ele não resistiu.