"MENINO MARAVILHOSO"

Pai doa órgãos de jovem que morreu após racha em Goiânia: “salvar outros filhos”

O administrador Cleuber Rodrigues Lima, pai de Wictor Fonseca, jovem que morreu em acidente após…

Cleuber Rodrigues, pai de Wictor Fonseca, jovem que morreu após racha em Goiânia, disse que autorizou a doação dos órgãos do filho. (Foto: reprodução/redes sociais)
Cleuber Rodrigues, pai de Wictor Fonseca, jovem que morreu após racha em Goiânia, disse que autorizou a doação dos órgãos do filho. (Foto: reprodução/redes sociais)

O administrador Cleuber Rodrigues Lima, pai de Wictor Fonseca, jovem que morreu em acidente após racha em Goiânia, disse que autorizou a doação dos órgãos do filho. A atitude, segundo contou ao Mais Goiás, visa ajudar a “salvar outros filhos”. O estudante de agronomia teve morte cerebral na terça-feira (10), depois de ficar internado por três dias no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).

À reportagem, Cleuber afirmou que o filho era um rapaz cheio de sonhos e ajudava todas as pessoas sem fazer distinção. “Era um menino maravilhoso, meu grande parceiro e amigo. Um menino do bem, que sempre ajudou todo mundo. Foi isso que me motivou a autorizar a doação, saber que meu filho pode ajudar alguém. Meu filho vai salvar outros filhos e os pais não vão sentir o mesmo que estou sentindo agora”, disse emocionado.

O homem lembra que o jovem era uma pessoa querida e estava feliz por cursar Agronomia. “Um cara totalmente respeitoso, que tinha muita vontade de viver. Os amigos falam que ele era sempre o primeiro a ser convidado, era uma pessoa que não podia faltar no rolê. Estava muito feliz por ter se encontrado no curso e eu disse que o apoiaria em tudo, pois a vitória dele era a minha também”, comentou.

Sem ódio ou raiva

De acordo com o administrador, ainda não há previsão de velório e sepultamento, já que o corpo do filho passa por um processo de captação dos órgãos saudáveis e ainda será encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).

Durante a entrevista, Cleuber pontuou que não sente ódio ou raiva dos motoristas da caminhonete e da BMW, que participaram do racha que causou o acidente.

“Se eu pudesse mover ação para ter meu filho de volta faria, mas não tem jeito. Meu foco é o Wictor. Deixo essa parte de investigação para a Polícia, mas não sinto raiva, imagino a angústia de todos. Que seja feita a vontade de Deus”, disse.

Relembre

O acidente ocorreu na T-9, no Jardim América, na madrugada de sábado (7). De acordo com a polícia, uma das vítimas sobreviventes relatou que o grupo estava em uma boate, no Setor Marista. Lá, ingeriram bebidas alcoólicas durante toda a madrugada. Depois de saírem do estabelecimento, houve uma disputa de racha entre a caminhonete envolvida no acidente e a BMW, na T-9, no Jardim América.

A caminhonete era conduzida por Eduardo Henrique de Souza Resende, de 22 anos, que foi levado para o Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (CROF), mas fugiu do hospital.

Já a BMW era conduzida por Arthur Yuri, de 18 anos, que não possui CNH, e fugiu do local após o acidente.

Ambos os motoristas trafegavam em alta velocidade pela Avenida T-9, sentido Terminal Bandeiras. Os condutores prestariam depoimento na terça-feira (10), mas não compareceram à delegacia por estarem abalados por conta do falecimento de Wictor, segundo informou a defesa.