CRUELDADE

Pai é preso por omissão de socorro após madrasta ser detida por morte de menino em Goianésia

O pai do menino de 7 anos que teria sido morto pela madrasta na madrugada…

Mulher é presa suspeita de matar enteado de 7 anos em Goianésia
Mulher é presa suspeita de matar enteado de 7 anos em Goianésia (Foto: PC - Divulgação)

O pai do menino de 7 anos que teria sido morto pela madrasta na madrugada de quarta-feira (16) foi preso por omissão de socorro. A delegada Ana Carolina Pedrotti, que investiga o caso, diz que os médicos observaram marcas de agressões no corpo da criança e acionaram a polícia.

Horas após a prisão da madrasta, a polícia prendeu o pai por lesão corporal seguida de morte, uma vez que o relatório médico constatou que o menino já estava morto horas antes de ser levado ao hospital, o que sugere uma omissão de socorro por parte do pai.

O homem também apresentou versões contraditórias sobre o que teria acontecido com o filho.

Omissão de socorro: pai viu madrasta com menino desmaiado – garoto apresentava sinais de agressão

Em um primeiro momento, ele disse que o filho  reclamou de dor na barriga. Ao ser questionado se queria ir ao hospital, o menor disse que não e foi dormir sem se alimentar. Na madrugada, a criança teria acordado com vômitos e o pai a levou para o hospital.

Porém, antes de ser preso, o pai contou uma outra versão. Disse que escutou um barulho que vinha do banheiro da residência e ao verificar o que aconteceu, encontrou a mulher com a criança no colo em desespero.

“Eu estava dormindo quando escutei um barulho e fui até o banheiro para ver o que era. Quando eu cheguei lá, ela (madrasta) estava desesperada com ele (menino) no colo, pedindo para eu ajudar porque ele estava mole. Eu saí de casa e fui direto para o hospital”, contou o pai.

O garoto deu entrada no Hospital Municipal Irmã Fanny Duran com hematomas no pé, afundamento na região do crânio, lesão no olho direito, abdômen rígido e uma possível fratura na região torácica. O casal disse para a equipe médica que o menino começou a passar mal e desmaiou.

Os médicos que atenderam e constataram o óbito da criança perceberam sinais de agressão e acionaram a Polícia Militar.  O casal foi encaminhado à delegacia para prestar depoimento. A madrasta foi presa na sequência.

Menino morto teria sido alvo de surra de cipó – pai afirma nunca ter presenciado agressões

O homem relatou em depoimento que o menino passou mal em decorrência de uma surra de cipó aplicada pela madrasta. O objetivo teria sido punir o garoto por desempenho ruim na escola.

Porém, depois disso, afirmou que nunca viu casos de agressão ou desentendimento da esposa com o filho, embora tenha observado que o garoto apresentava marcas pelo corpo.

“Nunca presenciei nenhuma agressão. Ele aparecia com marcas, às vezes, mas nunca falou nada. A gente tinha uma relação estável, até boa, ao menos enquanto eu estava em casa. Mas eu viajo muito”.

O suspeito continuou: “Eu não sei dizer o que aconteceu, não vi nenhuma marca de agressão na hora, ele só estava desfalecido, mole, mas não tinha sangue no corpo. Eu não sei o motivo dela estar presa, perguntei se ela tinha feito alguma coisa e ela disse que não. O pessoal que colheu o depoimento dela disse que não tinha autorização para me falar. Estou esperando uma resposta”, relatou o pai antes da prisão.

Polícia aguarda laudo do IML para seguir com a investigação

O corpo do menino foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) onde passou por exames cadavéricos para identificar o que provocou o óbito. A delegada aguarda o resultado dos exames para seguir com a investigação.

Segundo o pai, a mãe da criança mora em Tocantins, mas não tem contato com o filho e, até o fechamento dessa reportagem, ela ainda não havia sido informada sobre a morte da criança.

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