Troca de bebês

Pais de bebês trocados decidem morar na mesma casa até sair resultado de DNA

Os casais que tiveram os bebês trocados no Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin) decidiram…

Os casais que tiveram os bebês trocados no Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin) decidiram ficar na mesma casa até sair o resultado do DNA. Os materiais genéticos dos pais foram colhidos nesta segunda-feira (29) e os resultados dos exames devem ficar prontos na próxima quarta-feira (31). O material foi colhido no Hutrin mas o exame será realizado em outra clínica.

A delegada que assumiu o caso na manhã desta segunda-feira (29), Renata Vieira, destaca que Murillo Marquez Praxedes Lobo e Aline de Fátima Bueno Alves, que são de Santa Bárbara de Goiás, vão ficar na casa de Genésio Vieira de Sousa e Pauliana Maciel Aguiar de Sousa, que vivem na capital.

“A decisão foi a mais acertada no momento. Entramos em contato com o Conselho Tutelar da cidade, que autorizou destrocar as crianças, mas os pais estão apegados com as crianças e ainda é muito difícil somente realizar a troca”, conta.

Os depoimentos colhidos mostram que os bebês estavam identificados de maneira correta, mas foram entregues às mães trocadas. “No depoimento da Paulina, ela destacou que, no momento que entrou na sala para o parto, foi questionada se o nome dela era Aline. Ao negar, ela foi retirada e trouxeram a Aline. Aline passou muito mal no procedimento e não viu a criança. A gente acredita que essa confusão de nome culminou a entrega para as mães erradas”, pontua.

Agora, de acordo com a delegada, o objetivo era saber quem foi o funcionário responsável pela entrega das crianças às mães. “Estamos tratando como crime culposo por não identificar corretamente a gestante ou a criança. Nesse caso, a gestante não foi identificada corretamente”, completa.

As crianças nasceram no último dia 9 de julho e o caso veio à tona no último sábado (27). Segundo a delegada, um casal desconfiou das características genéticas da criança. Genésio e Pauliana, que são morenos, estavam com a criança branca. O pai  questionou à esposa sobre a  paternidade do bebê. Ela, por sua vez, alegou que, se ele não fosse pai, ela também não seria a mãe da criança.

“Posteriormente, eles fizeram o exame de DNA que comprovaram que a criança não era do casal. Ela, então, entrou em contato com a Aline e relatou o que aconteceu. Ela, que estava com uma criança morena, destacou que estava com as mesmas dúvidas e vieram à delegacia”, conta.

Funcionários do Hutrin serão ouvidos nos próximos dias. Em nota enviada no último sábado (27), a unidade confirmou a troca das crianças e que instaurou um procedimento interno para a apuração do caso. Leia a nota completa abaixo.

[olho author=”Hutrin”]

O Hospital Estadual de Urgências de Trindade Walda Ferreira dos Santos (Hutrin) esclarece de forma preliminar o seguinte

A direção do hospital tão logo foi notificada da suspeita de troca de bebês instaurou uma comissão sindicante para apurar o caso e afastou as pessoas que estavam de serviço no berçário nos dias dos nascimentos e alta de mães e crianças;

Instaurou um processo ético-disciplinar para apurar responsabilidades no ocorrido;

Manteve contato com a mãe e com o pai do bebê afim de elucidar o fato em todas as suas possibilidades;

Notificou a mãe e o pai sobre a realização de exames de DNA para comprovar a paternidade e maternidade sobre a criança e estabeleceu como parâmetro a realização de outros exames visando contraprova do fato;

Está realizando um completo levantamento de todos os nascimentos na data para eliminar todas as dúvidas;

Está selecionando todas as imagens de circuito interno de TV para instruir a investigação e documentar as saídas de pais, acompanhantes e crianças nascidas nesse período;

O instituto Cem, organização social gestora do Hutrin e a direção do hospital estão acompanhando com integral cuidado e respeito aos princípios éticos e de responsabilidade para com a saúde humanizada e tratamento aos pacientes atendidos na unidade”.

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