APÓS LIVE

Para Caiado, Bolsonaro está “mal assessorado” em relação a Goiás no RRF

A declaração vem após Bolsonaro dizer que vai "esperar um pouco mais" para assinar o ingresso de Goiás no Regime de Recuperação Fiscal

CPP será desativada e novo presídio será construído em Aparecida, diz Caiado (Foto: Jucimar Sousa - Divulgação)
Ronaldo Caiado (Foto: Jucimar Sousa - Divulgação)

O governador Ronaldo Caiado (DEM) afirmou na manhã desta sexta-feira (17) que o presidente Jair Bolsonaro, do PL, pode estar “mal assessorado” e que ingresso de Goiás no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) não tem relação com pandemia. A declaração vem após Bolsonaro dizer numa live com o deputado federal Vitor Hugo (PSL) que vai “esperar um pouco mais” para assinar a entrada do Estado no regime.

O governo de Goiás se movimenta para aderir ao RRF desde 2019. O regime, que tem as privatizações com uma das condições para a entrada, foi criado para fornecer aos Estados com desequilíbrio financeiro grave ferramentas para o ajuste de suas contas.

Em live na última quinta-feira (16), o presidente Bolsonaro – do qual Goiás depende para entrar no RRF – disse que iria “esperar mais um pouco para tomar conhecimento do assunto e então dar prosseguimento a esse pedido do governador de Goiás”. Segundo o mandatário na transmissão, a questão fiscal no Estado e o pedido de adesão ao RRF têm relação com as políticas de combate à Covid-19.

“Estamos sofrendo as consequências na economia e lá atrás vocês lembram quando muitos governadores, prefeitos e o povo falavam ‘fique em casa, a economia a gente vê depois’, bem está chegando a questão da economia”, disse Bolsonaro.

Para Caiado, assessoria não passou as devidas informações para Bolsonaro

Após as declarações do presidente, Ronaldo Caiado disse em entrevista a um veículo local que a pretensão de entrada no RRF não estava relacionada com as medidas sanitárias contra o coronavírus, e que a assessoria de Bolsonaro não passou para ele as informações necessárias sobre o assunto.

“A assessoria não passou para ele [os dados corretos], não escutou nem o Tesouro Nacional e nem o Paulo Guedes. Isso não tem nada a ver com pandemia, Goiás herdou essa situação catastrófica”, declarou Caiado, que ainda afirmou que mostraria a Bolsonaro que Goiás “tem mais condições de fazer a retomada em 2022”.

O governador complementou, dizendo que o ministro da Economia, Paulo Guedes, ligou para ele para parabenizá-lo. “Ele disse ‘governador, o senhor foi o único que fez a tarefa de casa, conseguiu renegociar a dívida’. Se Bolsonaro assinar a adesão de Goiás ao refime, o estado será o primeiro a conquistar a ajuda no atual governo”, arrematou.