Embate

Pichações celebram remoção de delegado em Inhumas

“Tchau querido”, “foi tarde”, “torturador. A cidade de Inhumas, que sedia um embate entre agentes…

“Tchau querido”, “foi tarde”, “torturador. A cidade de Inhumas, que sedia um embate entre agentes políticos e entidades representativas da Polícia Civil, amanheceu pichada nesta sexta-feira (16). Os dizeres marcados nos muros da cidade celebram a remoção do delegado Humberto Teófilo, titular da delegacia da cidade, que agora deverá prestar serviços na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH) ou na Central de Flagrantes, em Goiânia. As pichações ainda tacham o delegado de “torturador”.  Segundo ele, as “mensagens” foram escritas em frente à delegacia onde ele trabalhava, no muro do estádio e na pecuária da cidade.

O delegado foi removido de seu posto na cidade na última sexta-feira (9) e relaciona as pichações a possíveis represálias. “Sofro represálias. Esses dizeres mostram a satisfação de quem comete crimes, de quem está indiciado ou que está sendo investigado, com a minha transferência. Isso ocorre porque sempre mantive uma linha firme de combate à criminalidade e uma postura de não dar liberdade para bandidos. Torturador? Não faz sentido. Não sei de onde veio isso. Já registrei ocorrência e espero que a Polícia Civil apure os fatos e puna os envolvidos. Vou processá-los, com certeza”, observa.

Humberto revela ter feito boletim de ocorrência (Foto: reprodução)

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As pichações, bem como deslocamento do policial foi recebido como uma afronta pela presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Goiás (Sindepol), Silvana Nunes Ferreira, que se reunirá com sindicalizados para debater e definir ações contra as “agressões à Polícia Civil”.

Delegado revela que pretende processar os responsáveis (Foto: reprodução)

“As pichações são atos criminosos abusivos e irresponsáveis. A entidade enxerga isso como um ataque á Polícia Civil do Estado de Goiás. Ferem não apenas a honra do delegado Humberto, mas a toda a corporação. Vamos exigir da PC que os responsáveis sejam investigados. Vamos entrar com todo tipo de ação possível”, alerta.

Presidente do sindicato considera pichações uma “agressão à classe” (Foto: reprodução)

Sobre a remoção, ela completa. “Não vamos admitir pedidos políticos, que não sejam dentro da lei. Tem que haver comprovado interesse público. A remoção de um delegado que investigava vereadores jamais pode acontecer. A lei 12.830 guarnece isso.  A gente percebe que o segmento político não aceita o predisposto legal e tenta pressionar por transferências”, ataca.

Polícia Civil

De acordo com a assessoria da Polícia Civil, as pichações constituem crime de injúria contra o delegado e a autoria delas será investigada. “Feito o registro da ocorrência, vamos apurar para saber quem é o responsável e se há eventuais mandantes”.

Sobre a suposta inclinação política da decisão de remoção do policial, a assessoria afirmou que a transferência dele já estava sendo “gestada”. “Não há interferência política. Ele foi elogiado como bom investigador e fez-se a opção de trazê-lo para reforçar a investigação de homicídios na Capital. Não teve a ver com finalidades ou pressões políticas”, afirmou a corporação por meio da assessoria.