Indiciado

PM que agrediu frentista é indiciado por abuso de autoridade

Em depoimento, vítima disse que soldado foi quem ofereceu, em tom de ironia, a arma como garantia de que ele buscaria o dinheiro para pagar o abastecimento

A Polícia Civil indiciou, por abuso de autoridade, o soldado da Polícia Militar Jhonathan Martins Borges, que no último dia 10 de setembro foi filmado dando um tapa, e ameaçando o frentista de um posto de gasolina na cidade de Abadia de Goiás. De acordo com o delegado Arthur Fleury, que foi quem investigou o caso, o militar agiu com exagerada desproporção ao ameaçar o funcionário, uma vez que estava fardado e armado.

Imagens de câmeras de segurança do posto e também do celular da vítima mostram quando o soldado chega ao estabelecimento, desce do carro, coloca a mão na pistola que está no coldre, e com a outra mão dá um tapa na cara do frentista. A partir daí, o funcionário é xingado e ameaçado várias vezes.

Em depoimento prestado à Polícia Civil, o militar disse que ficou nervoso porque quando viu que não tinha os R$ 20 para pagar pelo abastecimento, o frentista pediu que ele deixasse a pistola como garantia de que voltaria para quitar o débito, versão desmentida pela vítima. “O frentista nos contou que foi o PM quem, em tom de ironia, perguntou se ele queria ficar com a pistola como garantia de que voltaria, ocasião em que ele, também brincando, disse que tudo bem, o que teria irritado o militar”, contou o delegado.

Arthur Fleury disse ainda que após receber apoio da Polícia Civil e do Serviço de Inteligência da PM (PM-2), o frentista está mais tranqüilo, e já voltou a morar em Abadia de Goiás. Além de enviar o inquérito para o Poder Judiciário, o delegado encaminhou uma cópia para a Corregedoria da PM, que também investiga o caso. O crime de abuso de autoridade prevê reclusão de até seis meses, e pode culminar também com a perda da função.