JUDICIÁRIO

PMs acusados de matar jovem com câncer em Goiânia vão para cadeia

A Justiça determinou a prisão dos dois policiais militares acusados de matarem um jovem com…

PMs acusados de matar jovem com câncer em Goiânia vão a júri popular
PMs acusados de matar jovem com câncer em Goiânia vão a júri popular (Foto: Reprodução - Arquivo pessoal)

A Justiça determinou a prisão dos dois policiais militares acusados de matarem um jovem com câncer em Goiânia, em meados de novembro. Ele morreu seis dias após ser agredido em uma abordagem. Os PMs – Bruno Rafael da Silva e Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior – foram indiciados por homicídio pela Polícia Civil, no começo do mês, que concluiu em investigação que Chris Wallace da Silva foi agredido durante ação dos agentes.

À época do indiciamento, a defesa dos policiais afirmou que o pedido de prisão era prematuro, e eles não tinham sido denunciados, além de não terem ação penal em andamento.

O Mais Goiás pediu um posicionamento para a PM, mas não teve retorno.

Decisão pela prisão dos PMs

Segundo o juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, “cumpre salientar, que a liberdade dos denunciados (…) atenta contra a ordem pública e repercute de maneira danosa e prejudicial ao meio social em que vivemos, haja vista a gravidade do crime combinada com o modus operandi, tendo em vista que a vítima foi espancada em via pública, no período noturno, dando causa a um traumatismo cranioencefálico (…). Ressalte-se que há notícia de que a vítima informou que estava em tratamento de câncer”.

Além disso, o magistrado aponta que a liberdade dos PMs fez com que “a maioria das testemunhas optou por ser ouvida na condição de sigilosa, de modo que a segregação dos denunciados visa diminuir o temor de represálias que incida sobre as testemunhas”.

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Defesa

Ao Mais Goiás, a advogado da dupla, Luciana Carla Altoe de Lima Falcão, diz que a defesa “se manifesta pela falta de necessidade e desproporcionalidade da prisão, neste momento”. Segundo ela, as razões expostas não condizem com a realidade dos fatos.

Além disso, aponta que existem outras medidas previstas na lei processual, outras cautelares, uma vez que eles possuem residência fixa, são primários e servidores públicos. Eles, inclusive, já se apresentaram, de acordo com a advogada.

Questionada sobre o próximo passo, ela afirma que a defesa estuda o melhor caminho diante da prisão.

Relembre o caso

De acordo com os familiares, o barbeiro Chris Wallace da Silva, de 24 anos, saiu de casa por volta das 19h10 do dia 10 de novembro em direção a uma distribuidora de bebidas, na companhia de um amigo, para comprar um refrigerante. Durante o trajeto, os dois foram abordados e a vítima teria sido espancada por policiais militares.

Após a agressão, o jovem voltou para casa e foi para o banheiro da residência, onde teve crises convulsivas e vomitou sangue. A mãe da vítima acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu), que o levou para um hospital. Segundo o relatório médico, Chris Wallace sofreu traumatismo na cabeça por espancamento, além de contusões nos pulmões e abdome.

Por causa dos ferimentos, o jovem precisou ser internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu e morreu seis dias depois.

Vale citar, uma câmera chegou a registrar Chris e um amigo passando por uma rua, próximo ao local onde houve a abordagem. A gravação mostra, ainda, uma viatura que se aproxima, mas não registra o que houve depois.