HOOLIGANS

Polícia conclui inquérito sobre briga entre torcidas organizadas em Goiânia

Além do indiciamento, a Polícia Civil sugeriu ao MPGO a dissolução das atividades das torcidas organizadas

Além do indiciamento, a Polícia Civil sugeriu ao MPGO a dissolução das atividades das torcidas organizadas (Foto: PCGo)

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) concluiu as investigações relacionadas ao caso de briga entre torcidas organizadas Esquadrão Vilanovense e Força Jovem Goiás em Goiânia, que culminou no atropelamento de dois adolescentes em abril deste ano. Ao todo, 16 pessoas foram indiciadas pelos crimes de tentativa homicídio, roubo, omissão de socorro e outros.

Segundo a PCGO, ao longo das investigações da Operação Hooligans, os agentes descobriram que parte dos envolvidos fazia parte de uma outra associação criminosa que praticava golpes via Pix em Goiás. Eles usavam de meios virtuais para “iludir vítimas, geralmente vulneráveis, a fim de extrair vantagens ilícitas”.

Ao Mais Goiás, o delegado responsável pela investigação, Wesley da Silva, informou que pelo menos metade dos indiciados já possui passagens pela polícia. Um deles, inclusive, atuava no tráfico de drogas. “Foi localizada na casa desse indivíduo uma certa quantidade de entorpecentes. Inicialmente, ele alegou que era apenas usuário, mas depois descobriu-se que ele atuava no tráfico dessa droga”, disse o delegado.

Os indiciados foram enquadrados nos crimes de tentativa de homicídio, roubo, omissão de socorro, associação criminosa, apologia ao crime, bem como crimes previstos no Estatuto do Torcedor, diante da prática deliberada de violência num raio de  5 mil metros ao redor de evento esportivo (Estádio OBA).

Polícia pediu fim das torcidas organizadas

Além do indiciamento dos 16 envolvidos, a PCGO confirmou que, após o caso que deu origem às investigações, também sugeriu ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) e ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) a dissolução das atividades das torcidas do Vila Nova e Goiás Esporte Clube “de modo a impedir a utilização de faixas, vestimentas, cartazes, bandeiras ou qualquer outro meio que os faça serem identificados como torcidas organizadas, tanto em estádios, quanto fora deles”.

Relembre o caso

Segundo a PCGO, no dia 11 de abril deste ano, ao término do tradicional jogo de futebol entre Goiás e Vila Nova, membros de uma das torcidas organizadas saíram às ruas da capital goiana e atentaram contra o patrimônio e a vida de diversos torcedores rivais.

Na ocasião, ainda de acordo com a polícia, uma adolescente de 15 anos e outro de 17 anos que usavam a camisa de uma das torcidas “foram brutalmente atropelados por ocupantes de quatro veículos”. As investigações também apontaram que, minutos antes do atropelamento, o mesmo grupo criminoso atacou uma menor de apenas 15 anos e, usando uma arma de fogo, “a constrangeu a se despir em meio aos torcedores rivais.”