Polícia conclui que cadeirante morto em Goiânia foi morto a mando de traficante

A Polícia Civil prendeu nesta terça-feira (30), em Goiânia, o homem que, segundo investigações, foi quem encomendou o assassinato de um cadeirante no último dia 24 de junho, no Setor Campinas. Investigações apontam que o autor das facadas que tiraram a vida de Wanderson José da Silva, de 29 anos, praticou o crime para quitar uma dívida de drogas.

Praticado à luz do dia, e registrada por câmeras de segurança, e por testemunhas que passavam pelas proximidades da Praça Joaquim Lúcio, o assassinato do cadeirante assustou moradores, e comerciantes da região. Pouco tempo após serem informados sobre o homicídio, militares do 38º BPM prenderam, ainda em flagrante, o autor das facadas, que, assim como a vítima, também vivia em situação de rua.

Inicialmente, o preso, também identificado somente pelo primeiro nome, Daniel, de 23 anos, confessou o crime para os PMs, e disse que a execução teria relação com dívidas de drogas, mas ficou em silêncio enquanto era autuado na Central Geral de Flagrantes (CGF) de Goiânia. Após ouvir testemunhas e conhecidos da vítima e do autor, agentes da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH) descobriram que o assassinato foi encomendado por Evair Ferreira Virgulino, o “Gordinho”, que seria o responsável pela venda de drogas para moradores em situação de rua que vivem na Praça Joaquim Lúcio.

Dívidas

“Tanto a vítima como o autor eram usuários de drogas, e ambos deviam para o Gordinho, que, então, propôs para o Daniel que executasse o Wanderson, como forma de quitar o seu débito. Em 24 de junho passado, então, o Daniel foi lá, e, mesmo com o dia ainda claro, e com várias pessoas passando pela rua, atacou o cadeirante, que sequer teve tempo de tentar se defender. Com o excelente trabalho feito pela equipe do 38º BPM, que prendeu o autor em flagrante, e depois nos ajudou com importantes informações, nós identificamos o mandante, que foi localizado na noite de ontem, nas proximidades de onde aconteceu o assassinato”, descreveu o delegado Vinícius Teles, adjunto da DIH.

A Polícia Civil disse ter decidido divulgar a identidade e imagem do suspeito por acreditar que ele possa ser reconhecido em outros delitos que praticou em Goiânia. De acordo com a DIH, “a divulgação da imagem e identificação do preso foi precedida, nos termos da Lei n.º 13.869, Portaria n.º 547/2021 – PC, de despacho do delegado de polícia responsável, tendo em vista o interesse público em fomentar a colaboração de outras testemunhas deste e de outros eventuais crimes praticados pelo investigado”.

A reportagem do Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa de Evair Ferreira Virgulino, mas o espaço está aberto, caso queiram se pronunciar.