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Polícia fecha segunda clínica em 15 dias por suspeita de cárcere privado em Anápolis

Operação realizada pela Polícia Civil  nesta quarta (30) fechou mais uma clínica de reabilitação para usuários…

Operação fecha segunda clínica por suspeita de cárcere privado em Anápolis
Operação fecha segunda clínica por suspeita de cárcere privado em Anápolis (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Operação realizada pela Polícia Civil  nesta quarta (30) fechou mais uma clínica de reabilitação para usuários de drogas por suspeita de cárcere privado em Anápolis. É a segunda em quinze dias no município. A primeira interdição foi no dia 17 de junho. Desta vez, a ação aconteceu no setor Chácaras Colorado.

Após denúncias de que os pacientes eram mantidos de maneira involuntária e que possivelmente sofriam maus-tratos, a Polícia Civil passou a investigar o caso. No local, constatou o crime de cárcere privado. Parte dos internos foi “raptada” e levada para a clínica por monitores da unidade.

Os responsáveis pela clínica foram presos em flagrante pelo crime de cárcere privado qualificado. O estabelecimento foi interditado pela Vigilância Sanitária. Já os internos foram acolhidos pela assistência social do município e encaminhados para suas famílias.

A operação teve participação da Polícia Civil, Ministério Público, Polícia Militar, Vigilância Sanitária, Assistência Social e do Conselho Regional de Psicologia (CRP). “Ações como essa continuarão acontecendo no município até que todas as clínicas se adequem aos requisitos necessários para o funcionamento regular. Denúncias anônimas e informações podem ser feitas pelo 197 e pelo Whatsapp da delegacia (62) 98405-0875″, finalizou a Polícia Civil.

Relembre

No dia 17 de junho, também em Anápolis, um força-tarefa interditou uma clínica de reabilitação de usuários de drogas e resgatou internos que eram mantidos em cárcere privado no local. A operação culminou na prisão dos responsáveis pela clínica. Eles foram autuados por posse ilegal de armas de fogo e munições, cárcere privado e por maus-tratos contra animais, já que muitos cachorros viviam em condições precárias no lugar.

A Polícia Civil recebeu uma denúncia de que internos eram mantidos de maneira involuntária na clínica e que possivelmente sofriam maus-tratos. Quando os policiais foram até o local, eles descobriram que a denúncia era verídica. Lá, foram apreendidos simulacros de arma de fogo, espingarda de pressão e munições. Segundo relatos, os instrumentos eram utilizados pelos monitores para ameaçarem os internos. Os civis encontraram, também, uma  cadela que foi mutilada e teve parte das orelhas cortada.

Além das prisões, o estabelecimento foi interditado pela Vigilância Sanitária, tendo suas portas fechadas ao final da ação. Os internos foram acolhidos pela assistência social do município e encaminhados para suas famílias. “A Polícia Civil destaca que a internação compulsória involuntária em clínicas de reabilitação constitui-se crime de cárcere privado. Ações como essa continuarão acontecendo no município para apuração das denúncias que chegam ao órgão”, informou os investigadores.

Participaram da força-tarefa o Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar, Vigilância Sanitária e Assistência Social de Anápolis.

Venda de cigarros

Segundo a delegada Cynthia Alves, os donos do local são dois irmãos e vendiam cigarros para os próprios internos que estavam lá para se recuperar. A investigadora contou que os cigarros são de origem paraguaia e foram apreendidos.

A clínica de reabilitação é uma das mais famosas e requisitadas de Anápolis. A estadia variava de R$ 1.200 a R$ 2 mil por mês. Apesar do valor cobrado, os próprios internos tinham que cozinhar e eram responsáveis, também, pela limpeza da casa. Já a lavagem das roupas era feita pela sogra de um dos donos e não era inclusa na mensalidade.

“A higiene era precária. A fossa séptica e a caixa de gordura ficavam abertas; a cozinha tinha mau cheiro; freezer e geladeiras onde os alimentos ficavam guardados estavam super sujos; os colchões eram armazenados em quartos que também não tinham qualquer tipo de limpeza”, revela Cynthia Alves.

A delegada disse que apesar da situação do local interno, a sala onde os familiares tinham acesso era organizada. “A família do interno não tinha acesso à parte de dentro. Eles não podiam entrar dentro da clínica. Por isso, muitas vezes tinham uma boa visão do estabelecimento”, disse Cynthia.

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