SEGURANÇA

Polícia interdita oficinas clandestinas que modificavam aviões usados no tráfico

Onze aviões de pequeno porte foram apreendidos na semana passada em Anápolis durante uma operação…

Foto feita por agentes da Polícia Civil na operação Voo Cego (Foto: PC)

Onze aviões de pequeno porte foram apreendidos na semana passada em Anápolis durante uma operação da Polícia Civil que desarticulou um esquema de preparação de aeronaves que eram usadas exclusivamente para o tráfico internacional de drogas. Durante as investigações, a polícia descobriu que um piloto goiano que desapareceu em 2018 morreu após a queda de um avião que levava drogas para outro país.

A preparação das aeronaves, segundo a Polícia Civil, era realizada em um hangar do Aeroporto de Anápolis, e em um galpão que funcionava na região central da cidade. Os dois locais foram interditados. No galpão, os agentes do Grupo Anti Sequestro (GAS), da Deic encontraram quatro aviões, que estavam sendo modificados, além de várias peças, e partes de outras aeronaves.

Agentes da Polícia Civil que atuaram na operação Voo Cego (Foto: PC)

Agentes da Polícia Civil que atuaram na operação Voo Cego (Foto: PC)

A quadrilha, de acordo com o delegado geral da Polícia Civil de Goiás, Odair José Soares, comprava motores e peças modernas para os aviões, e fazia adulterações que permitiam aumentar a autonomia dos voos, e também a capacidade de carga. “O grande problema, além do envolvimento com o tráfico de drogas, é que estes aviões eram montados sem qualquer inspeção, e colocados nas mãos de jovens pilotos, que, em início de carreira, aceitavam a proposta de um serviço aparentemente rentável, mas que acabavam pagando com a própria vida, já que estas aeronaves não possuem nenhuma certificação de segurança”, pontuou.

Foi o que aconteceu, segundo Odair José, com o piloto Ivo Benassi Billegas, que tinha 38 anos, e desapareceu após decolar no dia 21 de fevereiro de 2018 do Aeroporto de Anápolis, seguir até São Félix do Xingu, no Pará, e depois para a Bolívia. De acordo com as investigações, o avião que ele levava carregado com drogas caiu logo após deixar o Brasil, e nunca mais foi localizado.

Durante a operação desencadeada no último dia 13, os agentes do GAS da Deic prenderam dois suspeitos de pertencer à quadrilha, sendo que um deles teria voado, em 2018, junto com Ivo Benassi, de Anápolis, até São Félix do Xingu. Os dois presos, que não tiveram nomes, nem idades divulgados, responderão por organização criminosa, tráfico de drogas, e associação para o tráfico.

A polícia suspeita que outros dois pilotos de Anápolis que estão desaparecidos também morreram em quedas de aeronaves quando faziam o transporte de drogas para esta quadrilha. Como a investigação sobre estes casos corre em sigilo, outros detalhes sobre quem seriam estes pilotos, e quando desaparecera, não foram divulgados.

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