POLÍCIA

Polícia investiga mudança no fluxo do Meia Ponte para conter erosão em rua de Goiânia

“Ao invés de mudarem a rua para beneficiar o rio, alteraram o curso natural das…

Polícia investiga mudança no fluxo do Meia Ponte para conter erosão em rua de Goiânia (Foto: Divulgação)
Polícia investiga mudança no fluxo do Meia Ponte para conter erosão em rua de Goiânia (Foto: Divulgação)

“Ao invés de mudarem a rua para beneficiar o rio, alteraram o curso natural das águas para beneficiar a rua”. Com estas palavras, o delegado Luziano Carvalho, titular da Delegacia Estadual de Repressão aos Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), descreveu o que a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) de Goiânia fez, para conter uma erosão que ameaçava parte da Avenida Pirâmide, no Jardim Califórnia.

A denúncia sobre o grave dano provocado em uma Área de Preservação Permanente (APP) foi feita à Dema no último mês de agosto. Ao vistoriarem o local junto com peritos, agentes daquela especializada constataram que, para conter uma erosão, homens e máquinas da Seinfra derrubaram árvores que ficavam às margens do Rio Meia Ponte, e aterraram uma grande área, onde existia uma curva natural, por onde passava a água do rio.

O temor a partir de agora, segundo o titular da Dema, é que o dano seja ainda maior com a chegada das chuvas, já que muita terra e entulhos foram deixados às margens do rio. “Jamais poderiam ter realizado esse tipo de intervenção naquele local, ali precisaria ter sido feito no máximo uma contenção na rua, e não uma escavação e o preenchimento com terra e pedra no leito do rio”, declarou.

Delegado teme que imobiliárias disputem espaço para construir imóveis

Luziano de Carvalho disse que há o receio, também, que o local aterrado seja ocupado de forma irregular, já que, onde era a curva do rio, formou-se uma grande área que, para ele vai atiçar a cobiça de empresários ligados a imobiliárias. O pior, ainda na opinião do titular da Dema, é que o dano ao Meia Ponte aparenta ser irreversível.

O inquérito concluído que foi remetido com pedido de providências ao Poder Judiciário nesta sexta-feira (16) indicia, em dois crimes ambientais, um dos diretores da Seinfra. Ele, que não teve o nome divulgado, já prestou depoimento, e disse para o delegado que precisou fazer a intervenção, já que existia o risco eminente de que a erosão engolisse toda a rua.