LUTO

Policiais civis paralisam atividades por colegas que morreram de Covid

Os policiais civis de Goiás, mobilizados pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), pararam as atividades…

Policiais civis param em luto e protesto por colegas que morreram em razão da covid - Os policiais civis de Goiás, mobilizados pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), fizeram na tarde desta sexta-feira (12) uma paralisação, entre às 15 e 16 horas, para homenagear os colegas mortos pela covid-19
Policiais civis param em luto e protesto por colegas que morreram em razão da covid Policiais civis param em luto e protesto por colegas que morreram em razão da covid (Foto: Reprodução/vídeo/Sinpol)

Os policiais civis de Goiás, mobilizados pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), pararam as atividades por 1h, na tarde desta sexta-feira (12) em Goiânia, para homenagear os colegas mortos pela covid-19. A paralisação ocorreu de 15h às 16h.

Segundo o sindicato, foram confirmados 619 casos de covid-19 entre policiais civis até a tarde desta sexta. Ao todo, foram nove óbitos desde o começo da pandemia. Outros seis casos estão em investigação e 76 profissionais estão em quarentena.

No ato em memória dos colegas, os policiais não saíram das delegacias. Eles desligaram os computadores e permaneceram em frente à unidade em sinal de luto e de protesto. Segundo eles, a atitude foi tomada devido “a falta de prioridade da categoria em relação às medidas de proteção contra a doença: calendário de vacina e EPIs”.

“Quando pedem para que o nossa atividade seja essencial não nos dão condição nenhuma de trabalho”, disse a policial Wânia Rodrigues, vice-presidente do Sinpol. Já o presidente da entidade, Paulo Sérgio Alves de Araújo, defende que o acesso às delegacias seja restringido.

Ele pede, ainda, que seja reduzido o número de policiais nas delegacias, a suspensão das operações policiais e que os agentes sejam considerados grupo prioritário no calendário de vacinação de covid-19. “Os policiais, homens e mulheres, que combatem o crime estão com medo do vírus, medo de levar a doença para casa e contaminar s familiares. O número de policiais contaminados é três vezes maior que a média da população. Não é momento de entrar na casa das pessoas em operação de busca e apreensão porque a operação agora é de preservação da vida”, diz Paulo Araújo.

Assista ao vídeo:

Nota da SSP

A propósito do pedido de nota feito pela imprensa em razão das declarações do presidente do Sinpol, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás informa o que se segue:

– As informações divulgadas pelo presidente do Sinpol são MENTIROSAS e IRRESPONSÁVEIS. De acordo com a atualização diária de casos de contaminação pela Covid-19 enviada pela Polícia Civil, atualmente existem 84 servidores em quarentena. Sendo que, do início da pandemia até hoje, 619 casos foram confirmados, 532 servidores estão curados, 84 em quarentena e, infelizmente, foram contabilizados 09 óbitos em decorrência da doença;

– É descabida a acusação de que os profissionais de segurança pública não estejam tendo acesso aos itens de proteção individual, já que todos os servidores das forças possuem acesso prioritário aos equipamentos de proteção, como álcool em gel e máscaras, e nunca faltou qualquer tipo de insumos. A divisão e disponibilização dos itens são feitas pelos chefes das forças, de acordo com a demanda de cada regional.

– Em relação a imunização dos servidores das forças de segurança contra a Covid-19, como foi amplamente divulgado pela imprensa local e nacional, o titular da SSPGO, Rodney Miranda, foi o primeiro secretário de Estado a se posicionar diante da divulgação do Plano Nacional de Vacinação contra Covid-19 elaborado pelo Ministério da Saúde;

– Tanto o Ministério da Saúde, quanto o Ministério da Justiça e Segurança Pública, foram oficiados pelo Colégio Nacional de Segurança Pública, com assinatura do secretário Rodney Miranda, solicitando a revisão do Plano Nacional de Vacinação com a previsão da inclusão dos servidores das forças de segurança como grupo prioritário de acesso ao imunizante.

– A decisão pela revisão do planejamento cabe ao Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde. Mas é destacado todos os esforços da SSPGO nesse sentido.

– O secretário Rodney Miranda vai interpelar judicialmente o dirigente sindical pelas declarações agressivas e inverídicas.

*Atualizado às 21h53