VULNERABILIDADE SOCIAL

Prefeitura cadastra famílias de ocupação do Setor Estrela D’alva, em Goiânia

A Prefeitura de Goiânia anunciou, na última sexta-feira (26), que foi realizado um levantamento social…

De acordo com o Paço, são cerca de 168 famílias que serão incluídas nos programas sociais, como Renda Família e o de Moradia
De acordo com o Paço, são cerca de 168 famílias que serão incluídas nos programas sociais, como Renda Família e o de Moradia (Foto: divulgação/ Ascom)

A Prefeitura de Goiânia anunciou, na última sexta-feira (26), que foi realizado um levantamento social das famílias que ocupam a Área Pública Municipal que fica no Setor Estrela D’alva, na região Noroeste da capital. A ação foi coordenada pela Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh) e teve como objetivo cadastrar as famílias para inclui-las nos programas sociais do municípios, como o Renda Família e Programa  Municipal de Habitação. Moradores chegaram a denúncia violência por parte da Polícia Militar (PM) durante o despejo, ocorrido no último dia 19 de junho.

De acordo com a prefeitura, 168 famílias estavam na área, que possui cerca de 46 mil metros quadrados e que, de acordo com o paço, é destinada para construção de habitações de interesses sociais. “Um dos principais eixos do plano de governo da atual gestão é viabilizar a construção de 15 mil unidades habitacionais na capital nos próximos quatro anos e esta é uma das áreas selecionadas pela gestão para a implementação do projeto habitacional”, afirmou o diretor de Habitação da Seplanh Goiânia, Daniel Antônio.

O cadastro realizado pela prefeitura visa cumprir o rito administrativo a respeito da ocupação de áreas públicas no município. Com isso, auditores fiscais da Seplanh notificaram a representante do movimento a respeito da ilegalidade da ocupação e da necessidade de que as mesmas deixem o local. De acordo com a líder do movimento, Cinthia Nicássia, a única intenção dos ocupantes é conseguir um espaço para terem suas casas próprias, já que muitos deles, com a pandemia, perderam os empregos e não conseguem pagar o aluguel nem se alimentar regularmente.

Assistência

Durante o cadastramento, a prefeitura também levou servidores da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social (Sedhs), que orientaram os ocupantes no local sobre o processo de inclusão das famílias nos programas sociais como o Renda Família, o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). “Com as informações pessoais dos integrantes do núcleo familiar nós da Sedhs iremos verificar quais estão inclusas ou podem ser incluídas no Cadastro Único do Governo Federal, bem como nos programas assistenciais municipais e realizados em parceria com os Governos Estadual e Federal”, ressaltou o Gerente do Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua da Sedhs, Marcos Prado.

Truculência

O local foi palco de uma ação de despejo no último dia 19 de junho e os moradores denunciaram violência por parte da Polícia Militar (PM) durante a desocupação da área municipal. Segundo os moradores, agentes da corporação estiveram no local e agiram de forma truculenta durante a remoção das famílias, que alegam que iriam sair de maneira pacífica.

Durante a ação, os militares atiraram bombas de efeito moral, sprays de pimenta e queimaram as barracas utilizadas como abrigo. Famílias denunciam, ainda, que uma criança desmaiou e um idoso ficou ferido, mas nenhum deles recebeu atendimento. A líder do movimento, Cinthia Nicássia, chegou a ser detida.

“O comandante veio e disse que, se a gente quisesse, eles acompanhariam, até porque era uma causa nobre. Me pediu uma lista com o nome de todos os membros e afirmou ser uma questão de segurança, para ninguém de má índole fazer algo. Como somos pacíficos, fizemos a lista das famílias e da área. Eles me orientaram que, como era fim de semana, a gente conseguiria resolver melhor na segunda, mas que podíamos montar as barracas”, detalhou a mulher.

Contudo, não foi o que aconteceu. Por volta das 19h30 de sábado (19), as famílias foram abordadas pelos militares de forma violenta, segundo descrevem. A representante afirma que os policiais não aguardaram que as pessoas organizassem os pertences para irem embora. De acordo com ela, os policiais tumultuaram a ação e ainda agrediram alguns membros.