Crime organizado

Preso bando que faturou R$ 40 milhões em um ano com roubo de cargas e caminhões

Após uma investigação que durou quase dois anos, as Polícias Civil e Rodoviária Federal prenderam,…

Após uma investigação que durou quase dois anos, as Polícias Civil e Rodoviária Federal prenderam, nesta quinta-feira (30), em cinco Estados, 33 suspeitos de integrar uma quadrilha especializada no roubo de cargas e de caminhões. As apurações indicam que o bando, que tem entre seus membros empresários, muitas mulheres, e até advogados, faturou, em apenas um ano, R$ 40 milhões.

A operação que aconteceu em Goiás, no Pará, no Mato Grosso, em Rondônia e em São Paulo teve participação de 340 agentes. Só em Goiás, foram cumpridos 23, dos 35 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Dois suspeitos continuam foragidos.

Segundo o delegado Alexandre Bruno, titular da Delegacia Estadual de Combate aos Roubos e Desvios de Cargas (Decar), a quadrilha, que usava mulheres para atrair os caminhoneiros nas estradas, era extremamente profissional, com tarefas bem divididas.

“Bandidos atraia caminhoneiros com mulheres pedindo carona e quando paravam, rendiam os motoristas. Posteriormente, o veículo era repassado, ainda na estrada, a um terceiro criminoso, especializado em cortar o sinal do rastreador. Na sequência, o caminhão era levado para um depósito, tinha a carga saqueada e então vinham outros membros da organização criminosa, adulteravam a numeração do chassis, as placas, e davam ao veículo um novo documento, falsificado junto ao Detran do Paraná”, contou.

Os motoristas abordados ficavam, em média, 10 horas em poder da quadrilha. O delegado disse ainda que após ter a documentação adulterada, cada caminhão era repassado por R$ 70 mil para um receptador em Goiás, que então o revendia, em São Paulo, como se original fosse, por R$ 400 mil, em média. Durante as investigações, que contou até mesmo com o uso de drones, a polícia identificou dois galpões onde os caminhões eram adulterados, sendo um em Rio Verde e outro em Itumbiara.

Nove empresas sediadas em Anápolis, segundo Alexandre Bruno, também fazem parte do esquema, sendo responsáveis pela receptação das cargas roubadas de cigarros, alimentos e eletroeletrônicos, mas os nomes delas, assim como dos presos, não foram divulgados. Durante o trabalho desta quinta-feira, a polícia cumpriu 43 mandados de busca e apreensão, apreendeu documentos, dinheiro, armas e conseguiu recuperar 25 caminhões roubados. Entre os suspeitos há pelo menos um advogado, que foi preso no Mato Grosso