História

Primeiro Tribunal de Justiça de Goiás será transformado em Centro de Memórias

Instalado há 144 anos, o antigo fórum da cidade de Goiás vai se tornar Centro…

Instalado há 144 anos, o antigo fórum da cidade de Goiás vai se tornar Centro de Memórias do Poder Judiciário do Estado, reunindo história de todas as comarcas goianas. O prédio, datado do século 18, será restaurado e aberto à visitação, com exposições permanentes, que contam a história da Justiça, com processos e instrumentos que fizeram parte dos trabalhos ao longo dos anos.

A licitação para os trabalhos de recuperação de fachada e interiores deve ser feita nos próximos 20 dias, de acordo com a Secretaria de Gestão Estratégia (SGE), pasta que coordena os trabalhos. O cronograma prevê início das obras em agosto e término, em novembro. De acordo, ainda, com a previsão, a abertura para o público do Memorial será no dia 14 de dezembro.

O presidente da comissão da Cultura do TJGO, desembargador Itaney Francisco Campos, ressaltou a importância da iniciativa. “É de extrema importância esse resgate histórico, o povo precisa ter sua memória preservada, reconhecer seu passado e sua identidade cultural, para conhecimento das futuras gerações, que verão nossa trajetória”.

Além do valor histórico do prédio – construído entre 1750 e 1860 –, visitantes poderão conferir exposições de documentos, escrituras e instrumentos antigos que faziam parte do cotidiano jurídico, conforme elencou o magistrado. “Muitos objetos de valor históricos, que nos identificam como povo e como instituição, estavam se perdendo pela própria ação do tempo, pela falta de classificação de acervo. Nesta gestão, foi criado o projeto para buscar a preservação com uma equipe multidisciplinar para enfocar todos os aspectos”.

Com estilo eclético vernacular, estima-se que antes de ser a sede do primeiro Tribunal da Relação, como era conhecido o Tribunal de Justiça no Século 19, o local era uma casa. A informação é do arquiteto do TJGO, Alexandre Perini, responsável por assinar o projeto de restauração. “A iniciativa tem bastante relevância, pois integra a Cidade de Goiás que é patrimônio histórico da humanidade por seu conjunto arquitetônico, feita no meio do sertão, remetendo às obras da península ibérica”.

No interior do prédio, o arquiteto revela o que as salas de visitação pública vão mostrar. “Fotografias, flâmulas, bandeiras são alguns exemplos. Foram resgatadas a urna da primeira da vara criminal, máquinas de cálculos antigas e carimbos – que contam a história da carimbaria e são, hoje, instrumentos em desuso”, conta.

História

Primeira capital do Estado, a antiga Villa Boa ficou pequena para comportar a sede administrativa. O mesmo ocorreu com o prédio do Poder Judiciário local, não desenhado para comportar processos provenientes de duas varas e juizado.

Segundo a secretária de Gestão Estratégica do TJGO, Cássia Aparecida de Castro Alves, houve uma coincidência de oportunidades para a formatação do projeto do Centro de Memórias. “O presidente, desembargador Gilberto Marques Filho, já tinha vontade de criar um museu. No mesmo momento, estávamos fazendo a ampliação e reforma do prédio onde funciona o Juizado Especial – local que irá funcionar o fórum”, explica.

O diretor do foro, Luís Henrique Lins Galvão de Lima, endossa a necessidade de mudança das unidades judiciárias. “Infelizmente, o prédio não consegue abrigar os trabalhos mais e tem a acessibilidade comprometida. Não há destinação melhor com o Centro de Memórias, que vai preservar e divulgar a história da Justiça ”.

Apesar de ser na cidade de Goiás, a titular da SGE destaca que o projeto visa englobar todo o Estado. “Vamos mostrar às pessoas a cronologia do Poder Judiciário, trazendo objetos, processos e mobiliários de várias comarcas para contar a história de como nasceu e como evoluiu. É importante frisar que o acervo sempre será atualizado”.

Também participaram da apresentação do projeto a presidente da Comissão Permanente de Avaliação Documental (CPAD), desembargadora Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira – uma vez que a iniciativa engloba processos históricos -, a juíza da 2ª da comarca Francielly Faria Morais e a a diretora de Planejamento da Secretaria de Gestão Estratégica, Eunice Machado Nogueira.

Com informações do TJGO