Educação

Professora cria campanha para financiar oficina de robótica em escola de Goiânia

A paixão pela educação nem sempre é o suficiente para proporcionar os ensinamentos e experiências…

A paixão pela educação nem sempre é o suficiente para proporcionar os ensinamentos e experiências que crianças e adolescentes querem ou precisam. Muitas vezes as intenções esbarram na falta de recursos, mas nem isso é capaz de deter um docente dedicado ao seu ofício. Esse é o caso da professora Thamires Olimpia Franklin, que leciona Geografia no Colégio Estadual Dr. Antônio Raimundo Gomes da Frota, uma unidade de ensino integral no Setor Cidade Jardim, em Goiânia. Ao se deparar com a dificuldade, ela resolveu dar início a uma campanha de financiamento para poder levar adiante a promessa de ensinar robótica a jovens que estudam na instituição.

A professora conta que a ideia do projeto veio da necessidade de transformar uma concorrente em cúmplice. “Eu escolhi a robótica porque vejo sempre os meninos com celular na sala e muitas vezes isso atrapalha. Então eu queria usar a tecnologia como aliada”, conta. A proposta foi apresentada pela professora em meados de fevereiro. De imediato, 75 alunos se inscreveram, do 6º ao 9º ano. Eles foram separados em três turmas, cada uma com duas aulas por semana.

Para que a oficina avance, são necessários itens como kits de Lego chamados Mindstorms EV3. Cada conjunto possui cerca de 601 peças que variam entre processador programável, motores, sensores e peças de lego para montar a estrutura física do robô e o manual de construção de um robô. No entanto, a falta de recursos para adquirir o material obrigou as aulas a se manterem estritamente teóricas, recebendo o auxílio de professores das áreas de Matemática e Física, por exemplo.

Por um breve período, o grupo até ensaiou começar a colocar o aprendizado em prática, mas houve contratempos e o projeto teve que dar alguns passos para trás. “O Sesi tinha oferecido duas maletas Lego. Porém eles tiveram problemas internos e precisaram pegá-las de volta até resolverem. E duas maletas já eram muito pouco para a gente”, diz Thamires.

Cada kit pretendido pela professora, com tecnologia já defasada, custa em média R$ 1.500. De acordo com ela, o ideal seria que cada grupo de cinco alunos tivesse sua própria maleta. Isso resultaria num total de 15 conjuntos para os 75 estudantes, o que levaria a um custo total de R$ 22.500. Apesar disso, Thamires tem como meta obter R$ 15 mil para levar as aulas adiante.

“Já é um valor alto, mas precisamos das ferramentas”, relata a professora. “Se eu achasse alguém para apoiar com essas ferramentas, não seria necessário o dinheiro todo”, revela. Em sua campanha, listada no site brasileiro de financiamento coletivo Catarse, Thamires descreve que a ideia é que a montagem e a programação de robôs “contribuam para a mobilização de diferentes conhecimentos interdisciplinares (linguagens, matemática, eletrônica, computação, ciências, física, e muitas outras…), de uma forma prática e divertida”.

Existem cinco grupos de recompensas para os apoiadores, listados de acordo com os valores doados. O menor, entre R$ 10 e R$ 50, garante “eterno agradecimento” pelo apoio. O maior, para valores de R$ 300 para cima, proporciona também a disponibilização do projeto em PDF, fotografias do andamento da oficina, a prestação de contas e, inclusive, o nome ou marca do apoiador nos documentos na divulgação da equipe, caso ela venha a participar do Campeonato Nacional de Robótica.

Segundo Thamires, a escola, por ser integral, possui verbas que são divididas entre as oficinas. O valor garantido para as aulas de robóticas, porém, não chegam perto do necessário para o avanço das aulas. “Não tem uma reserva específica para esse projeto”, conta a professora, que diz não ter procurado auxílio diretamente com o governo estadual.

Thamires tem esperanças que o projeto consiga ir adiante, inclusive porque, em pouco tempo, ele já começou a trazer resultados. “Mesmo nas nossas condições e com pouco tempo, nós percebemos que os alunos envolvidos têm se interessado mais pela escola, pela aula. Tem feito diferença e eles gostam de tecnologia”, diz Thamires. “Agora espero que a gente consiga o apoio que precisamos.”

Os interessados em auxiliar o projeto podem conferir os detalhes pelo Catarse: https://www.catarse.me/oficina_de_robotica