Incerteza

Professores de colégios com convênios encerrados vão ao governo por modulação

Professores da rede estadual de ensino em Goiás estiveram, na manhã desta segunda-feira (6), na…

Professores da rede estadual de ensino em Goiás estiveram, na manhã desta segunda-feira (6), na sede da Subsecretaria Metropolitana de Educação, no Setor Oeste em Goiânia, para tentar a realocação para outras unidades. A aglomeração, segundo os docentes presentes, foi necessária depois que colégios particulares deixaram de ser conveniados pelo Estado.

Já o Governo de Goiás, por meio Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), adiantou que o Estado tentou renovar convênios com todos, mas alguns não aceitaram, devido ás mudanças. Elas envolvem, por exemplo, a cessão de um número menor de docentes.

Ainda de acordo com a assessoria da pasta, durante todo o ano de 2019 foram feitos debates e a maioria das unidades renovou o acordo. Da mesma forma, a Seduc deixa claro que as escolas só deixam de atender a uma modalidade, mas continuam com os serviços na área privada.

Manifestação

De acordo com um professor, que esteve na manifestação desta segunda-feira e preferiu não ser identificado, o grupo chegou ao local por volta de 7h e a grande maioria não conseguiu ser atendida. “Uma total desorganização. É assim que a Secretaria de Educação de Goiás trata o professor”, disse.

Outra professora, identificada como F. U., disse à nossa reportagem que não foram distribuídas senhas de atendimento preferencial. Ela estava com seu bebê de 11 meses e só foi atendida após ter reclamado com os responsáveis pelo atendimento. A docente informou, ainda, que outra professora, gestante, precisou solicitar o atendimento prioritário.

Até o momento, não há informações sobre a quantidade de professores sem local de trabalho definido, bem como sobre o número de escolas no Estado. A Seduc já se prontificou a enviar ao Mais Goiás o levantamento. Via nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) informou apenas que a direção da entidade irá verificar como está sendo feita a modulação dos profissionais.

Coordenadora

A professora Enicléia Morais, Coordenadora Regional de Educação de Goiânia, negou a desorganização. Via telefone, ela explicou ao Mais Goiás que o atendimento era personalíssimo, por isso demorado, mas que havia senhas e a preferencialidade foi respeitada.

“E estamos alocando não só servidores de escolas conveniadas, mas municipalizadas também.” Vale destacar que seis escolas passaram a ser do município e seis deixaram de ser conveniadas, o que soma o montante de 174 professores – fora os administrativos. “Essa semana estamos atendendo somente estes dois tipos de casos”, explicou.

Segundo Enicléia, o atendimento desses 174 profissionais é demorado, pois precisa ser muito personalizado. “O problema é que eles não queriam esperar, estavam impacientes.” Ela explica que cada professor escolhe o local para onde quer, baseado em sua localidade e no déficit da região. “Mas pode acontecer de não haver déficit na região dele, aí ele precisa escolher outra, o que gera desgaste. Nessa hora, a gente explica que o concurso foi para o Estado e não para a uma região.”

Em Goiânia, eram 14 escolas conveniadas. Agora são oito.

Outras informações

A Seduc se comprometeu a enviar uma nota mais detalhada ao Mais Goiás. Porém, a comunicação da pasta já explicou que os professores e outros funcionários efetivos serão integralmente remanejados. Após a modulação, o Estado deve analisar a necessidade e também encaixar os temporários.

Vale destacar que cada escola conveniada funcionava de uma forma. Algumas aproveitavam a cessão de professores para reduzir mensalidades da integralidade dos alunos, enquanto outras beneficiavam determinada porcentagem. Durante o ano, o governo realizou uma revisão dos convênios, mas nem todas as empresas de educação aceitaram.

Notas da Seduc

O Mais Goiás enviou algumas perguntas para a Seduc, que respondeu no começo da noite desta segunda-feira. Segundo a pasta, “em 2019, a rede estadual de educação funcionou com 74 unidades conveniadas em todo o Estado. Para o ano letivo de 2020, a Secretaria Estadual de Educação encerrou 13 convênios na totalidade e 9 parcialmente (escolas que ofertavam do 1º ao 5º ano)”.

Além disso, ela afirma que, em 2020, “a rede pública estadual de ensino tem disponíveis vagas para atender toda a demanda, não sendo mais necessário ter os convênios para atendimento aos alunos” e que os professores “serão modulados em unidades escolares da rede pública estadual”.

Questionado em relação aos alunos beneficiados, atualmente, com descontos nas escolas conveniadas, a pasta informou que não conseguiu esta resposta. “Pois estamos em época de recesso em alguns departamentos da Seduc e não conseguimos contato com a pessoa responsável.”

*Texto atualizado às 17h15

*Texto atualizado às 20h25