SEM ACORDO

Professores e escolas de Goiás levam debate sobre aulas presenciais à Justiça

O debate sobre o retorno das aulas presenciais nas instituições privadas de ensino de Goiás…

Debate do retorno às aulas presenciais vai parar na justiça
(Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

O debate sobre o retorno das aulas presenciais nas instituições privadas de ensino de Goiás em meio à pandemia ganhou mais um capítulo. Aconteceu, nesta terça-feira (9), uma audiência de conciliação entre entidades representativas de professores e de estabelecimentos de ensino, mediada pelo vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, Geraldo Rodrigues do Nascimento. A despeito dos esforços, ainda não houve acordo.

De um lado, professores argumentam que o decreto do estado de calamidade publicado pelo estado de Goiás prevê a suspensão das aulas e atividades presenciais no ensino particular do Estado até 30 de junho de 2021. De outro, estabelecimentos alegam que a suspensão pode gerar fechamentos e falências, e pontuam que a última nota técnica emitida do governo permite o retorno das aulas com 30% da capacidade.

O presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro), Railton Nascimento Souza, disse em entrevista ao Mais Goiás que o próprio desembargador reconheceu a situação crítica do sistema de saúde do estado. Railton afirmou também que as entidades continuarão negociando até a próxima audiência de conciliação, que ainda não tem data marcada.

“O próprio desembargador deixou claro a absoluta preocupação dele com o estado de calamidade. Ele reconheceu que é hora de proteger os trabalhadores e que é preciso suspender as aulas. Ele chegou a fazer três propostas de suspensão das aulas, mas mesmo assim as entidades patronais continuam resistentes”, disse Railton.

O presidente do sindicato ressaltou também que a categoria está com medo e que a as aulas precisam ser suspensas.  “Esse é o período mais grave da pandemia. Perdemos um professor da PUC hoje por causa da Covid-19. Quando você liga a TV, só vê morte pela doença e hospitais lotados. Nosso pedido é que prevaleça o decreto de calamidade pública do Caiado”, concluiu.

A reportagem tentou contato com o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Goiânia (Sepe), Flávio Roberto de Castro. Entretanto, as ligações não foram atendidas até o fechamento da matéria. O espaço está aberto para manifestação.

Falências e demissões

Em entrevista ao Mais Goiás realizada em janeiro, a presidente da Associação das Instituições Particulares de Ensino de Goiás (Aipeg), Eula Wamir Macedo afirmou que a rede privada não possui mais condições para voltar para as aulas 100% remotas e que teme pelos acertos de funcionários, pois, segundo ela, as instituições “não terão recursos”.

Eula contou que a categoria está apreensiva desde que o governador Ronaldo Caiado (DEM) disse que a suspensão de aulas presenciais deveria ser discutida. Segundo ela, a rede privada foi pega de surpresa, já que ficou mais de 11 meses se preparando para o retorno presencial em 2021.