Promotor diz que denúncias contra sistema prisional de Goiás são “orquestradas” pelo crime organizado
“CNJ vai constatar o que o MP-GO apurou: sensível melhora no sistema prisional goiano”, diz Krebs
Promotor substituto da 25ª Promotoria de Justiça do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Fernando Krebs afirma que as denúncias de maus-tratos nos presídios de Goiás são “orquestradas” pelo crime organizado. O objetivo é desestabilizar o sistema em reação à retomada do controle pelo estado do sistema prisional goiano, a partir do isolamento dos líderes de facções criminosas. Essa medida, segundo ele, permitiu evitar que ações criminosas fossem organizadas de dentro dessas unidades.
“Estes membros do crime organizado foram realocados para os presídios estaduais, especialmente os de segurança máxima de Planaltina e do Núcleo de Custódia. Isso causa indignação ao comando dessas facções. Como retaliação, eles incentivaram, por meio de seus familiares, uma onda de falsas denúncias. O promotor revela que há provas, que estão sob sigilo, que mostram presos recolhidos em presídios de segurança máxima articulando essas denúncias falsas”, relata o promotor.
Responsável pela execução penal, ele afirma que a correição extraordinária, anunciada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para inspecionar os presídios goianos vai chegar à mesma conclusão que o MP chegou a partir das diversas vistorias técnicas feitas às unidades prisionais do estado, ou seja: de que houve uma significativa melhora no sistema prisional goiano nos últimos anos, e que não há casos de maus tratos e nem torturas a detentos nessas unidades.
Krebs explica que a partir de 2021, após conhecimento de um abaixo assinado da Comissão Pastoral Carcerária, entidade ligada à CNBB, que denunciava maus tratos, e até torturas, contra presos do sistema prisional de Goiás, o Ministério Público abriu um inquérito civil público para apurar o caso e procedeu diligências nos principais presídios do Estado.