Criminal

Promotoria acredita que policiais militares torturaram, mataram e ocultaram corpo de rapaz em Goiânia

O Ministério Público de Goiás, através do Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial…

O Ministério Público de Goiás, através do Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GCEAP) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar (PM), deflagrou, na manhã desta quarta-feira (7) a Operação Pacto de Silêncio. O objetivo da ação é impedir coação de testemunhas e provas do que a polícia acredita ter resultado em homicídio com ocultação de cadáver. Possível vítima está desaparecido desde 15 de agosto, do Setor Buena Vista IV, em Goiânia.

Nenhum dos seis promotores envolvidos na apuração falou com a imprensa, e detalhes da apuração que resultou em nove mandados judiciais de prisão e 11 de busca e apreensão. Todos os mandados expedidos pela Justiça Militar de Goiás foram cumpridos em parceria com a corregedoria da PM. As armas dos policiais, celulares, aparelhos eletrônicos e anotações foram recolhidas. Porta voz da PM, tenente-coronel Marcelo Granja assumiu que uma investigação por parte da própria corregedoria iniciou logo que a informação do fato chegou ao conhecimento da corporação, e os envolvidos, afastados para atividades administrativas.

“Foram cumpridos todos os mandados com o apoio da própria polícia, que segue com uma investigação regida pelo princípio de inocência. Até que sejam concluídos os autos e que o processo seja transitado em julgado, os acusados serão tratados com total respeito. Pode haver policiais de outros batalhões envolvidos, porque ficou claro (por GPS) que as viaturas foram até o endereço da vítima no dia. Isso não quer dizer que todos os policiais que foram presos foram até lá, mas sim que, de alguma forma, podem, ter algum envolvimento com o caso”, disse em entrevista coletiva o porta voz da PM.

Segundo descreve a promotoria, através da Assessoria de Comunicação do MP-GO, os acusados foram presos por suspeita da “prática de crime de tortura com resultado morte e ocultação de cadáver”. Entre os investigados que tiveram a prisão temporária de 30 dias (que pode ser renovada por mais 30 dias) decretada, estão sete soldados e dois tenentes da Polícia Militar em Goiânia. A investigação refere-se ao desaparecimento de Pedro Henrique Rodrigues, de 22 anos, em agosto deste ano, após uma abordagem feita pela PM dentro da casa dele, em Goiânia. Participaram da operação 6 Promotores de Justiça e 66 policiais militares.

Segundo a esposa, Pedro Henrique Rodrigues foi visto pela última vez ao ser colocado desacordado em uma viatura, em Goiânia (Foto: reprodução/G1)

Segundo a esposa, Pedro Henrique Rodrigues foi visto pela última vez ao ser colocado desacordado em uma viatura, em Goiânia (Foto: reprodução/G1)

O CASO
O procedimento investigatório criminal para apurar o caso foi instaurado pelo Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GCEAP). A finalidade foi averiguar a abordagem policial que culminou no desaparecimento de Pedro Henrique Rodrigues em 15 de agosto deste ano, no Residencial Buena Vista IV, em Goiânia.

Após as investigações, foram coletados indícios de que Pedro Henrique foi vítima de tortura por parte das três equipes policiais que estiveram na casa dele e desapareceu após ser levado pelos policiais militares. A Justiça Militar acatou a representação do MP-GO e decretou a prisão temporária de 7 soldados e 2 tenentes da PM envolvidos na abordagem, bem como expediu 11 mandados de busca e apreensão. Os mandados foram cumpridos em parceria com a Corregedoria da Polícia Militar de Goiás. (Redação do Mais Goiás com Assessoria do MP-GO)