ODENIR GUIMARÃES

Protesto pede ação contra suposto surto de covid-19 em presídio de Aparecida

Por temerem a ocorrência de surto de covid-19 na Penitenciária Odenir Guimarães (POG), no Complexo…

Parentes de detentos fizeram manifestação e pediram soluções contra possível surto de covid-19 na Penitenciária Odenir Guimarães. (Foto: reprodução)

Por temerem a ocorrência de surto de covid-19 na Penitenciária Odenir Guimarães (POG), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, parentes de detentos realizaram um protesto para cobrar  ações do Estado contra a doença nos presídios. Manifestação ocorreu na manhã deste domingo (14) e familiares também reivindicaram transparência acerca de informações sobre os presos contaminados.

Utilizando máscara de proteção, um grupo de cerca de 10 mulheres, entre mães e esposas de detentos, carregavam faixas e cartazes em frente ao complexo de presídios. Elas pediram que a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) tome providências para prevenir e conter o avanço do novo coronavírus no local.

“Estamos há mais de três meses sem ver nossos familiares. Não podemos enviar produtos de higiene e não sabemos se há isso para eles lá dentro. Não temos informação de quantos estão contaminados. Agentes penitenciários contaminados estiveram dentro do complexo. Lá tem muita aglomeração. O risco é muito grande. Eles cometeram crimes, mas não são e não podem ser tratados como bichos”, disse a mãe de um detento que preferiu ter o nome ocultado.

A mulher também criticou uma espécie de cordão criado no local pela Polícia Militar (PM). “Não queremos bagunça, violência. Só fomos pedir providências. É questão de Justiça. Nossos meninos não podem ficar nessa situação. Aqueles que têm condição para ser soltos que sejam soltos. Para aqueles que não podem sair, queremos medidas de higiene”, afirmou.

Atualmente, de acordo com a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), existem 17 detentos contaminados em todo o sistema prisional de Goiás. Dois deles estão em unidades de saúde. O restante permanece encarcerado, já que a maioria é assintomática, segundo a DGAP. Não há nenhum paciente em estado grave e também não houve nenhum registro de morte por causa do coronavírus.

DGAP

Em vídeo divulgado à imprensa, o gerente de segurança e monitoramento da DGAP, Alex Aparecido Galdioli, informou que, desde a última segunda-feira (8), a administração tem feito triagem de presos da Penitenciária Odenir Guimarães depois que um detento do local testou positivo para a covid-19. Segundo ele, todos os reeducandos que tiveram contato com o infectado serão testados. Todos os servidores do sistema prisional também estão passando pelo exame, mesmo aqueles que não apresentaram qualquer sintoma.

Ainda na filmagem, o gerente relatou que, desde o início da pandemia, a administração tem tomado as providências devidas para evitar a disseminação dentro do sistema prisional. Entre as medidas citadas estão a suspensão de visitas, higienização dos locais e isolamento de presos que apresentem sintomas.

Segundo ele, os atendimentos de advogados também passaram a ser realizados por meio de interfones para evitar o contato direto. Galdioli explica que, ao chegar no complexo, o preso fica por um período de quarentena e “só é ingresso após passar por uma triagem, e, se necessário, a realização de teste para diagnosticar a covid-19”.