TRAGÉDIA EM SANTA MARIA

Quase 9 anos depois, caso da Boate Kiss caminha para desfecho em julgamento

A Boate Kiss tinha capacidade para 690 pessoas, mas comportava cerca de 1,3 mil quando o fogo tomou conta. 242 pessoas morreram

Quase 9 anos depois, caso da Boate Kiss caminha para desfecho em julgamento
O local tinha capacidade para 690 pessoas, mas comportava cerca de 1,3 mil quando o fogo tomou conta. 242 pessoas morreram. (Foto: Reprodução)

Na próxima quarta-feira (1º) terá início o julgamento dos quatro réus apontados como os responsáveis por uma das maiores tragédias da história do Brasil. Ocorrido em 2013, o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridas. O local tinha capacidade para 690 pessoas, mas comportava cerca de 1,3 mil quando o fogo tomou conta.

As informações são do Correio Braziliense. Conforme o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), o julgamento deve durar 15 dias, sendo uma das audiências mais longas da história do Estado sulista. Os jurados foram escolhidos no dia 24 deste mês: 68 pessoas de um total de 150 – medida que visa garantir que haja quórum para compor o Conselho de Sentença, formado por sete jurados.

São réus no caso: os sócios da boate Elissandro Callegaro Spohr (Kiko) e Mauro Londero Hoffmann; e os músicos Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos, integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava na noite de 27 de janeiro de 2013, quando tudo aconteceu. Eles serão julgados no Foro Central de Porto Alegre pelos crimes de homicídio simples consumado de 242 pessoas e tentado de 636 indivíduos, que ficaram feridos.

Tragédia da Boate Kiss completa 9 anos em janeiro do ano que vem (Foto: Reprodução – Agência RBS)

Relembre a tragédia da Boate Kiss

Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, um sábado, a Boate Kiss apresentava a festa “Agromerados”, organizada por cursos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A ocasião, a banda Gurizada Fandangueira se apresentava no local. Por volta das 2h30, um dos músicos acendeu um sinalizador de uso externo. Foi o estopim do desastre.

Algumas faíscas do sinalizador acabaram atingindo a espuma do isolamento acústico do local – material inadequado e que violava a lei municipal de prevenção a incêndios. As chamas se alastraram com rapidez no material que era altamente inflamável, liberando gases tóxicos.

A boate, que estava com o alvará de funcionamento vencido, tinha apenas uma saída e, no meio do pânico e confusão para deixar o local, algumas pessoas foram em direção ao banheiro para tentar escapar, mas ficaram presas. Um total de 242 morreram na tragédia.