Remédios ficam 5,6% mais caros a partir de abril
Valor tabelado pelo Cmed é o teto, e difere do que é praticado pelas farmácias no Brasil inteiro
Os remédios vão ficar 5,6% mais caros a partir do mês de abril. A decisão é da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) e foi anunciada nessa sexta-feira (31). Ela converge com o que esperava o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma).
Todo ano, o Cmed revê o valor de 28 mil remédios com base na inflação acumulada nos últimos 12 meses e em outros fatores, como produtividade e ajuste de preços entre os setores.
Uma nota técnica do Ministério da Fazenda, publicada em fevereiro, mostrou que esses outros fatores resultaram em zero, ou seja: o reajuste anunciado nesta sexta levou em conta apenas a inflação, que foi de 5,6%.
A Cmed estabelece o preço teto dos medicamentos, que, em geral, está longe de refletir o preço praticado no mercado. Pesquisa feita pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que o valor listado pela Câmara chega a ser 90% maior do que a média praticada pelas farmácias para remédios de referência e até 384% mais alto em medicamentos genéricos. Na prática, isso pode resultar em reajustes diferentes ao consumidor, superiores ao percentual determinado pelo órgão, diante da distância entre o valor máximo fixado pelo Cmed e o de mercado.
Por isso, pesquisar é fundamental. E não basta comparar entre diferentes farmácias. É preciso quase uma gincana para conseguir o melhor preço. “O preço inicial no site costuma ser mais barato. Ao fazer o cadastro, a redução é, em média, de 25%. O mesmo ocorre no balcão. Encontramos desconto de até 50% para um antibiótico. O desconto está sempre vinculado à concessão de dados pelo cliente”, diz Ana Carolina Navarrete, coordenadora de Saúde do Idec.