Saúde

Servidores e usuários protestam contra mudança de local do Centro de Referência, em Goiânia

Cerca de 50 servidores e usuários do Centro de Referência de Diagnóstico Terapêutico (CRDT) de…

Cerca de 50 servidores e usuários do Centro de Referência de Diagnóstico Terapêutico (CRDT) de Goiânia promoveram uma manifestação na manhã desta segunda-feira (12). Com faixas, cartazes e carro de som, os manifestantes protestaram das 8h e às 10h na porta do local. O objetivo foi sensibilizar o poder público sobre a importância da manutenção do atendimento à população naquela localização.

Durante a manifestação, caminhões e funcionários da prefeitura chegaram para recolher os últimos móveis, materiais e equipamentos e para fazer a limpeza das salas. No final do ato, manifestantes se reuniram com representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para tratar sobre a distribuição de funcionários e pacientes.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores(as) do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde/GO), o novo endereço do CRDT (No Setor Sul) é de difícil acesso para a população mais carente. A entidade alega ainda que a mudança está sendo feita sem planejamento, uma vez que o prédio que irá receber a unidade está em reforma e deve ficar pronto apenas em dezembro.

A presidente do Sindsaúde/GO, Flaviane Alves Barbosa, afirmou que o movimento não é contra a implantação de melhorias, mas que acredita que esse não é o caso. “Essa mudança não melhora as coisas. Estamos tirando o CRDT de uma região central, de fácil acesso e com muitas linhas de ônibus, para um local onde a população terá dificuldade para chegar”, concluiu.

A SMS, por meio de sua assessoria, esclareceu que não haverá interrupção no atendimento, pois os usuários serão remanejados para outras unidades até que a reforma esteja concluída. O prazo estimado é de 45 dias.

A distribuição dos serviços do CRDT pode ser conferida na tabela abaixo:

Distribuição dos atendimentos realizados pelo CRDT. (Fonte: SMS)

Entenda

Conforme noticiado pelo Mais Goiás, os problemas surgiram na sexta-feira (9), quando os servidores do CRDT receberam notícia da mudança. O Sindsaúde/GO confirmou que os trabalhadores sabiam da possibilidade, mas que ela foi feita de forma repentina.

Em nota publicada no dia 9, a SMS afirmou que “a mudança de endereço deve-se à solicitação de liberação da área pelo proprietário do terreno”. Foi confirmado também pela assessoria da secretaria que o terreno pertence ao governo do Estado.

Questionada pelo Mais Goiás, a Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (Segplan), enviou nota comunicando que solicitou a devolução do imóvel pois ele “faz parte de convênio firmado entre o Governo de Goiás e a Prefeitura de Goiânia no âmbito do Programa Goiás na Frente”. Ainda de acordo com a nota, o convênio tem o objetivo de implantar um trecho da Avenida Leste-Oeste e revitalizar da Praça do Trabalhador.

Por fim, a Segplan esclarece que o terreno será vendido para que o governo do Estado possa levantar uma parte dos R$ 35 milhões que serão investidos nessas obras.

A presidente do Sindsaúde/GO rebateu a declaração do governo do estado, alegando que outras soluções menos danosas aos pacientes poderiam ser adotadas. “Nem a prefeitura nem o governo se preocuparam com as pessoas doentes que precisam de atendimento. Porque a área precisa ser desocupada tão rápido? Porque não fizeram uma permuta com outra área? As reformas propostas são importantes, mas não estamos lidando com postes ou asfalto, mas com as vidas dos usuários”, concluiu.

Confira a nota da Segplan na íntegra:

“A Secretaria de Gestão e Planejamento esclarece que a devolução do imóvel faz parte de convênio firmado entre o Governo de Goiás e a Prefeitura de Goiânia no âmbito do Programa Goiás na Frente.

O convênio visa a implantação de trecho da Avenida Leste-Oeste e a revitalização da Praça do Trabalhador, na capital. O investimento do Estado no projeto será de R$ 35 milhões, em 24 parcelas, com contrapartida da Prefeitura na ordem de R$ 33 milhões.

A devolução do imóvel, emprestado à Prefeitura sem ônus desde 1998, permitirá que o Estado proceda a venda do mesmo, para levantar parte dos recursos previstos no convênio.”