MANIFESTAÇÃO

Sindicato de frentistas diz que dono de posto tentou atrapalhar greve com carro de som

O proprietário do posto de combustível em Goiânia que foi palco do início da greve…

Sindicato de frentistas diz que dono de posto tentou atrapalhar greve com carro de som
Sindicato de frentistas diz que dono de posto tentou atrapalhar greve com carro de som (Foto: Reprodução)

O proprietário do posto de combustível em Goiânia que foi palco do início da greve dos frentistas de Goiás contratou um carro de som para o horário da manifestação. É o que diz o Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo (Sinpospetro-GO), que alega ato premeditado para atrapalhar o movimento. O empresário, que preferiu não dizer o nome, disse que já tinha ação promocional agendada, mas que esqueceu de desmarcar o veículo, que ele mesmo teria dispensado.

Vale destacar, a categoria realiza paralisação, pois, segundo o sindicado, os trabalhadores da área estão sem aumento há quase 3 anos. Segundo a entidade, o movimento grevista não tem previsão de término. Ainda sobre o carro de som, o presidente do Sinpospetro Adnei dos Santos Souza afirma que este ficou por pouco tempo no posto da Avenida 136, no setor Sul. “Eles tentaram intimidar, mas fomos lá conversar e, quando a Polícia Militar (PM) chegou, o carro foi embora”, contou ao portal.

Adnei disse que a PM esteve no local para dar suporte aos manifestantes e à greve, que foi pacífica. Eles permaneceram no local das 8h às 13h. Depois, saíram para um outro posto, da mesma rede, próximo à Praça da Bíblia, onde permanecem até o momento. “Mais de 30 pessoas se manifestam conosco e já colhemos mais de 30 assinaturas no primeiro posto.” De acordo com ele, o grupo irá a outro estabelecimento na terça-feira (13). O local ainda será definido. “Continuaremos em outros postos. Só vamos parar quando tivermos um acordo.”

Versão do empresário sobre o carro de som

O Mais Goiás entrou em contato com o proprietário do posto para saber as razões dele ter colocado um carro de som no local no mesmo horário da greve dos frentistas. Ele negou qualquer premeditação.

Ele afirmou que já tinha uma ação promocional marcada, que foi cancelada quando souberam da greve. Contudo, o carro de som não foi remarcado e apareceu no local. De acordo com o proprietário, o veículo foi dispensado pelo próprio estabelecimento.

Manifestação

Ao Mais Goiás, o gerente do Sinpospetro, Carlos Pereira, disse que a categoria está sem acordo coletivo de trabalho desde 2020, quando a última convenção da classe venceu. Desde então, segundo o sindicalista, a entidade tenta negociar uma nova convenção com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindiposto-GO), mas sem sucesso.

Segundo Carlos Pereira, atualmente há cerca de 4,5 mil frentistas em Goiás, que recebem salário mínimo há quase 3 anos. “Nossa proposta é um reajuste de 21%, um percentual acumulado entre os anos de 2020 e 2022. Além disso, pedimos um aumento no valor pago pela cesta básica, assim como manutenção de benefícios, como plano odontológico”, afirmou.

(Foto: Assessoria)

Greve por tempo indeterminado

À reportagem, o gerente do Sinpospetro informou que a entidade espera a adesão da maioria dos trabalhadores da categoria. A paralisação pode atingir mais de mil postos de combustível.

A greve, segundo ele, não tem previsão de término. “O TRT determinou que não vai aceitar o dissídio (acordo de trabalho coletivo) porque não houve acordo entre os sindicatos patronal e de empregados. Assim, só vamos conseguir o reconhecimento do órgão com a greve. Nosso movimento segue até conseguirmos o reajuste”, finalizou.

Sindiposto

O Sindiposto emitiu nota:

“O Sindiposto informa que os últimos anos foram de especial dificuldade para o setor, não sendo possível chegar a um acordo dentro da proposta colocada pelos trabalhadores. No entanto, os empresários do setor têm concedido reajustes voluntários, mantendo e aprimorando os benefícios aos seus colaboradores, conforme as possibilidades de cada empresa. Em que pese as dificuldades impostas pela pandemia e aumentos constantes dos preços que afetaram diretamente o volume de vendas, o sindicato da categoria se mostrou intransigente quanto às propostas apresentadas pelos revendedores.”