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Só uma denúncia contra médico de Anápolis não avançou no inquérito – entenda o motivo

O ginecologista de Anápolis foi indiciado por crimes sexuais contra 53 vítimas, somente no inquérito de Anápolis

Só uma denúncia contra médico de Anápolis não avançou na investigação da polícia - entenda o motivo
O ginecologista de Anápolis foi indiciado por crimes sexuais contra 53 vítimas, somente no inquérito de Anápolis (Foto: Polícia Civil)

Das 54 denúncias que a Polícia Civil registrou contra o ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, na delegacia de Anápolis, somente uma não entrou no indiciamento do médico desta sexta (15). Segundo a Polícia Civil, uma das denúncias foi feita de forma anônima e com escassez de informações importantes, o que impossibilitou a corporação de cumprir as devidas diligências para sua comprovação.

A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Anápolis indiciou Nicodemos Júnior pelos crimes de estupro de vulnerável contra 22 mulheres, violação mediante fraude contra outras 22 e assédio sexual contra nove – totalizando 53 somente no inquérito concluído em Anápolis.

Segundo a titular da Deam de Anápolis, Isabella Joy, Polícia Civil ouviu todas as vítimas, bem como testemunhas, além de ter analisado todos os documentos comprobatórios antes de chegar ao relatório final. Porém, além desse inquérito, a Delegacia de Polícia de Abadiânia também concluiu hoje (15) o investigação que corria contra o ginecologista, o indiciando por violação mediante fraude contra quatro mulheres. No total, Nicodemos Júnior foi indiciado por possíveis crimes contra 57 mulheres.

Modus operandi de médico de Anápolis era sempre o mesmo, diz delegada

Em entrevista recente, a delegada Isabella Joy disse que os relatos de abusos das apontadas vítimas do ginecologista de Anápolis eram todos muito parecidos, o que indicava um só modus operandi para o cometimento dos crimes.

“Temos provas que ele mandava vídeos e falava coisas eróticas para as vítimas. Ele agia da mesma forma com as pacientes, na consulta ou no exame transvaginal. Não chegou ao nosso conhecimento casos de conjunção carnal, mas haviam atos libidinosos muito constrangedores para todas as vítimas”, relatou.

Uma das pacientes de Nicodemos Júnior disse ao Mais Goiás ter sentido um profundo constrangimento quando se consultou com ele, no ano passado. Segundo a mulher, o ginecologista abordava assuntos com teor sexual enquanto tocava em seu órgão genital, o que causou estranheza nela.

“Ele foi com o dedo na minha vagina e perguntou ‘Você já gozou?’ e eu disse ‘Já’. Daí ele me perguntou se eu fazia sexo todos os dias, porque eu era ‘apertadinha’”, disse. Ao final da consulta, Nicodemos ainda teria pedido o número de Whatsapp da mulher para enviar a ela “livros sobre sexo”.