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TJGO suspende decisão de instalação de câmeras nas fardas e viaturas da CPE em Anápolis

PGE afirmou que a medida poderia causar um risco grave à economia

MP recorre de decisão que suspendeu instalação de câmeras em fardas de PMs de Anápolis
MP recorre de decisão que suspendeu instalação de câmeras em fardas de PMs de Anápolis (Foto: divulgação - PMSC)

O Governo de Goiás obteve a suspensão da medida que obrigava a instalação de câmeras e equipamentos de áudio nas fardas e viaturas dos agentes da Companhia de Policiamento Especializado (CPE) de Anápolis. A decisão foi concedida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás no dia 26 de abril, e anunciada na última quinta-feira (4). A Procuradoria Geral do Estado (PGE) defendeu que a Polícia Militar (PM) já está adotando ações para racionalizar o uso da força e evitar a letalidade policial, e que a decisão de obrigar a instalação de equipamentos viola o princípio da separação dos poderes.

A PGE argumentou que a decisão poderia gerar um risco grave à economia, uma vez que não existem recursos previstos para a compra e instalação dos equipamentos, e que a medida poderia resultar em “o não engajamento de policiais em atividades de conflito como consequência da intimidação ocasionada por um regime de vigilância constante que lhes é imposto”. A justificativa para essa posição é que o estado de Goiás é o terceiro com maior letalidade policial do Brasil, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, e que Anápolis está em sexto lugar no ranking de municípios com maior número de mortes por confrontos com a polícia. A experiência na cidade seria um projeto-piloto para a implementação nas demais regiões do estado.

Em suma, o governo de Goiás conseguiu a suspensão da medida que exigia a instalação de câmeras e equipamentos de áudio nas fardas e viaturas dos agentes da CPE de Anápolis, alegando que a Polícia Militar já está adotando medidas para reduzir a letalidade policial e que a decisão viola a separação dos poderes. A PGE também afirmou que a medida poderia causar um risco grave à economia e resultar na não participação de policiais em atividades de conflito, devido à intimidação causada por um regime de vigilância constante. No entanto, a necessidade de reduzir a letalidade policial em Goiás continua sendo uma questão relevante, especialmente considerando o alto número de mortes por confrontos com a polícia em Anápolis.