Tráfico de drogas

Três dos seis presos com drogas na Casa do Estudante são alunos da UFG, diz secretário

Três dos seis presos em operação da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), que encontrou drogas na…

Três dos seis presos em operação da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), que encontrou drogas na Casa do Estudante da Universidade Federal de Goiás (UFG), na Praça Universitária, são alunos da Instituição. A informação foi confirmada pelo secretário de Promoção da Segurança e Direitos Humanos (SDH-UFG), Ricardo Barbosa. Ação policial foi realizada na tarde desta terça-feira (21) e apreendeu cinco kg de maconha, 130 comprimidos de ecstasy e sete pacotes de um tipo especial de maconha.

Segundo o secretário, Livington Francisco de Sousa Silva de 24 anos é estudante de Engenharia Mecânica; Kenedy Sousa Coutinho, de 23 anos, é aluno de Química, e, Charles Lopes Cunha, de 29 anos, de pedagogia. Mateus da Costa Cardoso e Jean Isaac Souza Barros, de 28 e 24 anos, são formados pela UFG e Alex de Tiago Fernandes, de 32 anos, não possui qualquer tipo de vínculo com a Universidade.

Mateus terá um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por ser usuário. Já os outros detidos devem ser autuados por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Todos foram encaminhados para a Central de Flagrantes, junto com as drogas apreendidas. Nenhum deles tem antecedentes criminais.

Segurança

Ao Mais Goiás, Ricardo afirmou a UFG possui atualmente uma segurança com mais de 400 pessoas, entre vigias e vigilantes, seis equipes móveis, quatro equipes de patrulha, três centrais de monitoramento, além de presença de duas equipes de patrulha universitária no Campus Samambaia, no setor Itatiaia.  Segundo ele, a universidade conta com um protocolo de atuação com diferentes forças de segurança, conforme determina a lei. “A administração pública é muito rigorosa. Não podemos tomar nenhuma medida fora desse protocolo a não ser por decisão judicial”, comentou.

Apesar das limitações, o secretário informou que a instituição segue o protocolo de forma eficiente. “Em todos os casos, fornecemos as imagens registradas por câmeras de segurança e qualquer informação sobre os crimes ocorridos, de modo a auxiliar nas investigações. Nossa atuação é baseada sempre no respeito aos direitos individuais, presunção de inocência e ampla defesa”. disse.

Conforme ele, a UFG irá abrir uma sindicância para apurar a autoria e materialidade dos fatos, além de ouvir os envolvidos. Caso fique comprovado, a universidade irá adotar medidas administrativas pertinentes como advertência, suspensão e até desligamento dos estudantes.

Conduta profissional

De acordo com Ricardo Barbosa, a conduta dos policiais foi profissional e baseada em processos operacionais padrão. “Apenas a PM pode atuar em crimes de repercussão geral como furto e roubo e a Polícia Civil fica responsável por investigar os casos. A entrada dos militares na Casa do Estudante não foi forçada. Ela foi decorrente de uma operação iniciada na Praça Universitária. No câmpus, eles adotaram uma conduta extremamente profissional”, disse.

Segundo ele, a entrada dos policiais no campus diante de um crime em flagrante não pode ser proibida. “Podemos apenas questionar depois, caso necessário, mas não impedir a atuação policial. A Polícia Federal (PF) atua em casos de danos ou delitos ao patrimônio público como furto ou roubo de equipamentos, por exemplo”, afirmou.

Por meio de nota (confira íntegra no final do texto), a UFG ressaltou a importância do trabalho desenvolvido pelos órgãos de segurança em ações de prevenção, repressão e investigação de crimes cometidos dentro e fora da universidade, “preservando-se a autonomia universitária”. No texto, a instituição lembrou que desde outubro de 2017 já foram realizadas 60 abordagens em conjunto com a PM nos campus das Regionais Goiânia.

Ainda de acordo com o texto, a instituição tem adotado medidas de prevenção e enfrentamento ao tráfico de drogas e outros delitos. Uma das medidas destacadas foi a criação da Secretaria de Promoção da Segurança e dos Direitos Humanos, em 2018, e, ainda, o Conselho de Promoção da Segurança e dos Direitos Humanos, com o objetivo de implementar uma política institucional voltada à segurança, à construção da cidadania e ao bem-estar da comunidade universitária. “A UFG reitera o seu compromisso com os valores democráticos, com a diversidade cultural e com a cultura da paz, ressaltando a importância da convivência social pacífica e de proteção e defesa dos direitos humanos”, diz trecho.

Nota na íntegra:

A propósito dos fatos ocorridos ontem, 21/05, na Casa do Estudante (CEU I), no Câmpus Colemar Natal e Silva, Setor Universitário, em que três estudantes da Universidade Federal de Goiás foram detidos sob a suspeita de tráfico de drogas, prestamos os seguintes esclarecimentos:

  1. A Universidade acompanha atentamente os fatos ocorridos sempre exigindo a atenção ao devido processo legal, à ampla defesa, à presunção da inocência e às garantias individuais. A Administração Superior esteve presente desde o acesso da Rotam à CEU I até o encaminhamento dos envolvidos à Central de Flagrantes. Cabe ressaltar que em todos esses momentos os agentes envolvidos prestaram todas as informações solicitadas, zelando pelo profissionalismo e cuidado.

  2. A UFG ressalta a importância do trabalho desenvolvido pelos órgãos de segurança (Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal) em ações de prevenção, repressão e investigação de eventuais ilícitos penais (aos crimes de furtos, assaltos, tráfico de drogas) cometidos dentro e fora da UFG, preservando-se a autonomia universitária. Nesse sentido, desde outubro de 2017 já foram realizadas 60 (sessenta) abordagens em conjunto com a PM nos câmpus da Regionais Goiânia. A UFG vem solicitando abertura de investigações junto à Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (DENARC), à Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA) e à Superintendência Regional da Polícia Federal (DPF) sobre diferentes denúncias feitas pela comunidade de possíveis ilícitos ocorridos no âmbito da UFG.

  3. A Administração Superior da UFG colabora com as investigações da Polícia Civil, atende os pedidos dos representantes das partes envolvidas, bem como tomará as devidas providências previstas em seu Estatuto e Regimento Geral, dentre as quais a solicitação de abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar possíveis responsabilidades.

  4. A UFG entende que a violência não é fato isolado ou pontual, ao contrário, permeia estruturalmente toda a sociedade e, por isso, as medidas preventivas e de enfrentamento à criminalidade devem ser pensadas e adotadas a partir de políticas públicas efetivas e consistentes, sempre envolvendo a comunidade, o poder público e as diversas instituições do país.

  5. A UFG vem adotando medidas de prevenção e enfrentamento ao tráfico de drogas e outros delitos, tendo criado, em 2018, a Secretaria de Promoção da Segurança e dos Direitos Humanos e, ainda, o Conselho de Promoção da Segurança e dos Direitos Humanos, com o objetivo de implementar uma política institucional voltada à segurança, à construção da cidadania e ao bem-estar da comunidade universitária.

  6. A UFG reitera o seu compromisso com os valores democráticos, com a diversidade cultural e com a cultura da paz, ressaltando a importância da convivência social pacífica e de proteção e defesa dos direitos humanos.