Cálculos

UFG sugere lockdown alternado até setembro para evitar 18 mil mortes

Biólogo da Universidade Federal de Goiás (UFG), Thiago Rangel, apresentou, na manhã desta segunda-feira (29)…

Com mais de 21 mil mortos, Brasil tem a semana mais letal da pandemia (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Com mais de 21 mil mortos, Brasil tem a semana mais letal da pandemia (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Biólogo da Universidade Federal de Goiás (UFG), Thiago Rangel, apresentou, na manhã desta segunda-feira (29) uma proposta de lockdown alternado, ou seja, fechamento de atividades econômicas por 14 dias, seguido de liberação por igual período, até o mês de setembro, em Goiás. A sugestão é amparada por uma projeção do número de óbitos feita pela própria instituição. Segundo Rangel, Goiás pode alcançar as 18 mil mortes até o nono mês do ano, caso a flexibilização seja mantida nos municípios. Goiás tem atualmente 435 óbitos registrados. A exposição abriu o encontro virtual do governador Ronaldo Caiado (DEM) com prefeitos das 246 cidades goianas para discutir o avanço da pandemia.

A mencionada estimativa se refere ao pior cenário possível para ocorrência até setembro. A média de isolamento social do estado gira em torno dos 36%, quando o recomendado por autoridades de saúde é o confinamento em 70%. “No início chegaremos a 18 mil óbitos. Esse número é inaceitável, inadmissível e deixar como está é imoral. Deixar como está não é uma opção”, relatou.

O professor disse que a demanda por leitos de UTI deve duplicar nos próximos 15 dias. “A gente não conseguiria hospitalizar o dobro de pessoas hoje por Covid-19, poderíamos ter um colapso ao final da primeira quinzena de julho. Vamos ter um pulso firme no avanço da Covid”, pediu o estudioso.

Lockdown

Com o fechamento do comércio nos moldes apresentados, a projeção de óbitos reduz para 4 mil. Segundo o estudioso o número de vidas que podem ser salvas com medidas mais rígidas, segundo ele, ultrapassa a ordem de 8 mil. “O equivalente à população de Cachoeira Dourada. No entanto, caso a situação seja mantida, Goiás precisará de 2 mil leitos simultaneos de UTI para tratar os enfermos ao final de julho.

(Imagem: reprodução/UFG)

Para o professor, a adoção do lockdown “é uma medida extremamente amarga”, mas lembrou que é preciso superar a polarização entre fechamento total e abertura para que o problema seja enfrentado. “Trago uma sugestão com 14 dias de fechamento e 14 dias de abertura até setembro. Isso não valeria para todos os municípios. É uma estratégia inteligente, coordenada para evitar um colapso”, reforçou.