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Universitários são presos suspeitos de atacar concessionárias e lojas em Goiânia

Após 30 dias de investigações, agentes do Grupo Anti Sequestro (GAS) da Deic chegaram até…

Após 30 dias de investigações, agentes do Grupo Anti Sequestro (GAS) da Deic chegaram até os suspeitos de cometerem uma série de atentados a várias concessionárias da Capital.

Segundo a Polícia Civil, quatro jovens universitários que, num Ford Focus de cor branca, percorriam as ruas da cidade e usavam estilingues para arremessar bolas de gude contra fachadas de vidro em concessionárias de veículos e outras lojas, além de ferir pessoas nas ruas. Os crimes eram cometidos quando os estudantes de Medicina Veterinária faziam o trajeto de ida ou de volta da UniAnhanguera, em Anápolis, onde estudavam.

Dois dos autores tiveram suas prisões temporárias decretadas, um terceiro foi ouvido pela polícia e confessou a participação nos crimes, bem como de uma jovem colega de curso que será ouvida nas próximas horas pelo Grupo Antissequestro da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic).

As investigações relativas aos crimes contra as concessionárias, lojas e pessoas atingidas com bolinhas de gude na capital começaram com a análise de câmeras de segurança nas empresas depredadas. As imagens mostraram que em praticamente todos os casos, havia um Ford Focus branco passando e, em seguida, o barulho dos vidros quebrando. A partir daí, a equipe do Grupo Antissequestro da Deic, comandada pelo delegado Waldemir Pereira da Silva, pediu ao Detran que informasse os proprietários de todos os veículos daquele modelo.

De acordo com o delegado titular, Thiago Damasceno, o Detran encaminhou 1.080 placas que foram investigadas até se chegar ao veículo usado nos crimes, de propriedade do pai de Adriano Araújo Dias, de 24 anos, estudante de Medicina Veterinária em Anápolis. Com ele, foi apreendido o veículo e também algumas bolinhas de gude.

Contra ele foi expedido um mandado de prisão temporária que foi cumprido na segunda-feira, (09/5). Depois de ouvi-lo, os policiais pediram também a prisão temporária de Ygo Murilo Maria Silva, 29 anos, colega de curso de Adriano. O mandado foi cumprido na quinta-feira (12/05). Outro jovem estudante, Antônio Carlos Vieira Filho, 22 anos, que estava com Ygo no momento em que os policiais cumpriam o mandado foi conduzido à delegacia para ser ouvido e confessou a sua participação e, também, de uma estudante que além de participar dos crimes era quem decidia os alvos a serem atingidos. Ela será ouvida pela Deic.

As investigações, segundo o delegado Thiago Damasceno, se intensificaram a partir do dia 11 de abril, quando num mesmo dia, o bando atacou pela manhã, por volta das 11h30 às 11h51, o Auto Posto Videira, no Jardim Guanabara I, a Concessionária Nissam Katana, a jovem Juliana Bezerra, Martinho Miranda da Silva, a Concessionária Tecar Fiat e a Concessionária Tractorgyn, todos no Setor Santa Genoveva. A partir das 13h05 até às 16h08, eles fizeram, entre outras vítimas, as concessionárias Detroit Jeep, Saga Nissan e Saga BMW Mini, do Grupo Saga, no Jardim Goiás; Honda Tecar, no Jardim Goiás; Hyundai Saga, do Grupo Saga, no Setor Bueno; e Pinauto, no Setor Marista.

Ao serem interrogados, os rapazes disseram que cometem esses crimes há pelo menos um ano e sem um motivo específico. “Ficamos muito surpresos ao ver que se os crimes foram cometidos por estudantes universitários e pelo visto apenas por diversão”, disse o delegado titular da Deic.

Segundo declarou, até o momento, 12 concessionárias e 2 outras lojas foram vítimas da atrocidade dos estudantes, além de 8 pessoas que foram lesionadas em diferentes partes do corpo. Um trabalhador braçal, que faz ponto na BR 153, como “chapa”, chegou a ser atingido duas vezes pelo bando.

Um senhor idoso foi atingido no rosto e teve dois dentes quebrados e continua sob tratamento. “Por enquanto eles vão ser indiciados nos crimes de dano ao patrimônio particular e lesões corporais, podendo ainda ser indiciados por tentativa de homicídio no caso do idoso”, afirmou. De acordo com o delegado, com a divulgação da notícia da prisão dos criminosos, outras vítimas poderão aparecer, uma vez que eles mesmos confessaram estar agindo há pelo menos um ano.