Vereadores apoiam retirada de supermercados do escalonamento em Aparecida

A classe de supermercadistas de Aparecida de Goiânia está com apoio de vereadores da Câmara Municipal para retirada dos supermercados do regime de escalonamento em Aparecida. Esta é uma demanda antiga dos empresários que alegam que o fechamento do estabelecimento em quatro dias da semana gera aglomeração de clientes nos dias de abertura dos empreendimentos.

Além do argumento das aglomerações, os supermercadistas alegam que aqueles que comercializam produtos hortifrutigranjeiros e de padaria precisam dar escoamento aos produtos perecíveis. Representantes do segmento apresentaram uma carta aberta aos vereadores na sessão plenária da última terça-feira (30) com fotos e dados que sustentam o pedido de retirada do segmento do escalonamento de atividades em Aparecida.

Todos os vereadores que estiveram presentes na reunião foram favoráveis às demandas dos supermercadistas. Foram 14 dos 25 parlamentares da Câmara Municipal de Aparecida que se manifestaram à favor da exclusão do segmento de supermercados do escalonamento de atividades econômicas em Aparecida.

Escalonamento

Atualmente, em Aparecida de Goiânia, funciona o sistema de isolamento social intermitente, no qual a cidade foi dividida em 10 macrozonas, com quatro macrozonas fechando duas vezes de segunda a sexta-feira. O comércio também fecha as portas no fim de semana. Supermercados também tem atividades encerradas nos dias de fechamento.

Presidente da Casa, vereador André Fortaleza, afirmou que o Poder Legislativo não está omisso aos problemas enfrentados por todos os setores comerciais. Ele ressaltou que a casa sempre estará aberta para debater e buscar soluções que amenizem as dificuldades de empresários e comerciantes do município.

André Fortaleza ainda disse que deve levar a proposta apresentada à Casa de Leis na última terça-feira (30) na próxima reunião do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Aparecida de Goiânia (COE). O vereador Hans Miller, também manifestou ser à favor da proposta. O parlamentar sugeriu a confecção de um documento assinado pelos vereadores para demonstrar apoio ao pedido do segmento.

Na reunião foi apresentado um documento elaborado pelos representantes dos supermercados e atacadistas que propõe a exclusão da categoria do escalonamento, e manter o funcionando deste tipo de estabelecimento todos os dias. O documento ressalta o caráter essencial do setor supermercadista e apresenta dados com fotos que indicam que, ao contrário do objetivo buscado, o sistema de escalonamento contribui para o aumentado das aglomerações.

Aglomerações

Os empresários do ramo de supermercados argumentam que a diminuição do período de abertura do segmento, aumenta a concentração do fluxo de clientes nos dias de abertura. Além disso, destacam que no funcionamento anterior à Portaria que estabelece o escalonamento, os supermercados e congêneres geravam menos aglomerações que e menor disseminação do vírus.

O material assinado pelos empresários do segmento de supermercados ainda destaca que os empreendimentos devem continuar cumprindo todos os protocolos sanitários como uso obrigatório de máscaras, aferição da temperatura corporal, disponibilização de álcool em gel e obrigatoriedade do uso, limpeza frequente de carrinhos e cestas, controle rigoroso de entrada, faixas demarcatórias de espaço, treinamento e orientação rigorosa dos colaboradores para ajustar às novas regras, limpeza triplicada dos espaços e superfícies, atendimento ao público por senha nos açougues e padarias, proteção de acrílico nos check-outs e flexibilização das regras para afastamento dos funcionários que apresentem qualquer sintoma relacionado ao Coronavírus.

O vereador Marcos Miranda defendeu se manifestou favorável ao escalonamento adotado pela Prefeitura, mas destacou que o setor poderia ser uma exceção. “No ramo de supermercados há várias questões que envolvem o fechamento. Primeiro, a aglomeração que gera nos demais que estão abertos; depois, os alimentos perecíveis que ali se encontram, acabam por passar do prazo de validade, consequentemente, além do desperdício, vem o aumento do valor dos produtos”, pontuou Miranda.

Divergência

O Deputado Federal, Glaustin da Fokus também participou da reunião. O parlamentar sugeriu a unificação do modelo de isolamento social para os municípios de Aparecida de Goiânia e Goiânia. O Mais Goiás já noticiou que donos de supermercados localizados nos bairros que fazem fronteira com Goiânia defendem a unificação dos modelos de escalonamento, pois acreditam que a divergência gera aglomerações nos estabelecimentos.

“Quando os supermercados de uma região estão fechados, a população vai a outro, até mesmo em casos que a diferença é de apenas uma rua, o que causa aglomeração. Por isso, estamos aqui para solicitar que seja analisado com bom senso a abertura diária dos supermercados, ficando fora do escalonamento do município devido a sua essencialidade”, destacou o Deputado Federal.

A reportagem tentou falar com a Associação Goiana de Supermercados (Agos) e a Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia (Aciag) para questionar o posicionamento dos representantes do setor, mas não obteve respostas até o fechamento da matéria.