Nova biografia de Nara Leão resgata trajetória revolucionária da artista 

Nara Leão foi uma figura importante não apenas para a música e a cultura brasileira, mas também para a libertação da mulher, contribuindo para a quebra de estigmas preconceituosos e dando um novo sentido para a presença feminina no mundo. Com sua música e suas falas, a artista foi e continua sendo muito necessária nos dias de hoje e, para eternizá-la, o autor Tom Cardoso reuniu em uma biografia, memórias dessa mulher que revolucionou a cultura do país e ainda foi um símbolo de resistência à ditadura militar.

No livro Ninguém Pode com Nara Leão, o autor reconstrói a vida da artista, que sempre participou de forma bastante ativa de todos os movimentos musicais que nasceram a partir da década de 1960. Deixou a bossa nova para falar abertamente sobre temas que todos evitavam e foi a primeira estrela da MPB a se posicionar contra a ditadura.

Tom ainda apresenta passagens da infância de Nara, que foi marcada por momentos de angústia e reclusão. Fala sobre os detalhes da inimizade com a também cantora Elis Regina, sobre os famosos encontros no apartamento da Av. Atlântica, que foi onde a bossa nova ganhou cara, da amizade com Vinícius de Moraes e Roberto Menescal, entre tantos outros fatos que aconteceram na vida de Nara Leão e a transformaram no símbolo que conhecemos hoje.

Nara morreu na manhã de uma quarta-feira, no dia 7 de junho de 1989, aos 47 anos, por conta de um tumor no cérebro. Embora tenha nos deixado de forma precoce, seu legado permanece vivo e extrapola o cenário musical da época em que viveu.

Em uma carta escrita por Glauber Rocha e enviada a Cacá Diegues, até então cônjuge de Nara, ele dizia: “Amo Nara Leão. Nara e Narinha. Essa mulher sabe tudo do Brasil 1964. Essa mulher é a primeira mulher brasileira. Essa mulher não tem tempo a perder. Atenção: ninguém pode com Nara Leão“.

Daí também surgiu a inspiração para a biografia, que tem 240 páginas e chega às lojas pela Editora Planeta.