Como o filme sobre a turnê de Taylor Swift pode salvar o ano das salas de cinema
'The Eras Tour' deve arrecadar mais de US$ 240 milhões só na América do Norte; turnê de Beyoncé também promete lucrar nas telonas
Os filmes de duas bem-sucedidas turnês musicais estão contribuindo para melhorar um ano difícil de greves em Hollywood. “The Eras Tour” e “Renaissance”, de Taylor Swift e Beyoncé, respectivamente, prometem elevar os números de bilheteira pelo mundo todo em uma onda de “filmes-turnês” que parece ter chegado para ficar.
Em maio, Scott Swift, pai de Taylor Swift, ligou para um âncora da CNBC com um dilema. A primeira etapa da atual turnê de sua filha estava a todo vapor, caminhando para uma receita global de US$ 1,5 bilhão. A equipe da cantora, no entanto, estava tendo dificuldades em encontrar um distribuidor adequado para um filme sobre o show, que também será exibido nos cinemas do Brasil a partir de 3 de novembro, com ingressos que custam até R$ 130.
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Nos estádios, a demanda pela turnê da cantora superou em muito a oferta: 3,5 milhões de fãs se cadastraram para a pré-venda para garantir ingressos para um total de 2,6 milhões de assentos disponíveis nos EUA. Sendo assim, a produção de Taylor Swift queria um lançamento rápido nos cinemas para satisfazer a clientela, mas os estúdios de Hollywood sugeriam datas para 2025.
Então, nasceu um acordo entre a própria artista e a maior exibidora de cinema dos EUA, a AMC, que lançará o filme de 160 minutos em quase 4 mil cinemas na América do Norte.
Agora, segundo especialistas de mercado, à medida que os operadores de cinema enfrentam uma temporada difícil com as greves, o filme da turnê de Taylor Swift oferecerá um impulso financeiro.
Segundo a AMC, “Taylor Swift: The Eras Tour” já vendeu mais de US$ 100 milhões em ingressos pelo mundo. Apenas na América do Norte, a produção deve arrecadar cerca de US$ 240 milhões (R$ 1,2 bilhão). Só isso já coloca a obra entre os 10 filmes de melhor desempenho do ano, de acordo com a Cinelytic.
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A Cinemark afirmou esta semana que as pré-vendas de ingressos da empresa estavam 10 vezes maiores do que para qualquer exibição de eventos anterior. Já Adam Aron, da AMC, usou o filme de Taylor para mobilizar o exército de investidores de varejo de sua rede, publicando no X que era “um desenvolvimento monumental para a empresa”.
O anúncio do filme da loira causou um alarde nos estúdios. O produtor de “O Exorcista: O Devoto“, Jason Blum, confessou que foi obrigado a antecipar a data de estreia do terror em uma semana para evitar um choque com a data de lançamento do ‘The Eras’.
Já Paul Dergarabedian, analista de mídia da Comscore, disse que o lançamento de Swift marca uma “mudança radical” em relação à forma tradicional de lançamento de filmes.
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Michael Kustermann, CEO da Alamo Drafthouse Cinema, disse que ‘The Eras’ ajudou a temporada. “O quarto trimestre parecia um pouco fraco, mas os swifities nos ajudaram. Eu me pergunto qual é a longevidade em termos de artistas que podem gerar buzz como Beyoncé e Taylor“, disse Michael, lembrando que Beyoncé também fechou um acordo com a AMC para levar a produção da turnê “Renaissance” aos cinemas em dezembro.
“Quem são os outros artistas que podem fazer isso?”, perguntou Michael. “A única comparação histórica pode ser “Help“, o filme dos Beatles em 1965″, disse Kustermann. “Eu não consigo pensar em outro exemplo.”
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*Com informações da Folha de São Paulo