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FICA 2018: filmes goianos representam o Estado durante o festival

Rola entre os dias 5 e 10 de junho a 20ª edição do Festival Internacional…

Rola entre os dias 5 e 10 de junho a 20ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA) e, como de costume, o cinema goiano marca presença no festival.

Inclusive na mostra competitiva: os curtas Diriti de Bdé Buré, de Silvana Beline, O Malabarista, de Iuri Moreno, A Viagem de Ícaro, de Larissa Fernandes e Kako Olímpio, e A Câmera de João, de Tothi Cardoso representam o Estado de Goiás entre os 21 filmes selecionados que contam com produções de países como Portugal, Argentina, Itália, entre outros.

A Viagem de Ícaro conta a história de Bazuca: um catador de materiais recicláveis de Rio Claro, interior de São Paulo, que sonha em voar. Aficionado por aviação, Bazuca é conhecido pelos frequentadores dos aeroclubes da região e, neste curto documentário, dá asas à sua bicicleta usando material reciclável.

“Na verdade esse projeto surgiu como uma ficção”, conta Caco, co-diretor do curta, “o filme surgiu da provocação de um amigo durante uma conversa sobre estas pessoas que gostam de ficar vendo os aviões nos arredores do aeroporto”.

Bazuca e sua bicicleta avião (Foto: Luciano Evangelista)

“Mas a minha ideia sempre foi fazer documentário, embora eu já tivesse mais experiência com ficção”, declarou, “durante a pesquisa para a produção do filme, a gente conheceu o Bazuca através de uma reportagem da TV Rio Claro e vimos que o personagem que estávamos procurando já existia. Ficamos muito impressionados com a história dele”.

Além de ser a estrela do filme, Bazuca também participou “em tudo”, disse Caco. O catador opinou no roteiro, no figurino e na construção da sua bicicleta, entre outras coisas. “Era muito importante que a vida do Bazuca viesse junto com ele e ele foi muito aberto desde o início. Desde o primeiro contato ele foi colaborando”, conta.

A Câmera de João passou pela ABD no ano passado e conta sobre um menino que conhece a fotografia através do avô.  “Tenho que o filme, antes de tudo, pretende servir as relações familiares, memórias e compartilhamento de sensações” conta Cardoso. “Ele se desloca e descobre. Revela lugares, coisas, lembranças e pessoas através da fotografia, desejo comum entre os personagens”, explica o cineasta.

Só goianos

Além da mostra competitiva, todo ano o FICA abriga a Mostra ABD de Cine Goiás, promovida pela Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas de Goiás. Todo ano a mostra conta com filmes goianos inéditos, muitas deles experimentais e universitários.

É o caso do curta D’Oklin, escrito por Fabrício Cordeiro e Luciano Evangelista, dupla responsável pelo curta Leblon Marista, exibido anteriormente no FICA. O filme mostra o encontro de dois amigos em um bar esperando pelo terceiro que nunca chega e é substituído de surpresa por uma outra amiga. As coisas ficam estranhas, a conversa se perde e os assuntos navegam para águas escuras.

Cena de ‘D’Oklin’ (Divulgação)

“São três cenas e elas são atravessadas por imagens e sons virtuais que não são desse mundo desses personagens”, conta Luciano, “existe um desprendimento da narrativa deles para entrar nesse viés da experimentação formal da imagem que meio que refletem o estado interior dos personagens”.

A ideia para o curta veio da experiência muito pessoal de frequentar um bar com os amigos na época da pós-graduação. “A premissa desse filme é meio que parte dessa experiência nossa lá, e de toda a equipe”, menciona, dizendo que o bar usado para gravar as cenas era o exato bar que eles frequentavam. A mostra ABD Cine Goiás exibirá, ao todo, 20 filmes. Todos os filmes goianos da mostra competitiva também serão exibidos na ABD.