Música

Jukebox From Hell: rock clássico em disco de estreia

Tem nova banda goiana na cena: a Jukebox From Hell acaba de lançar seu álbum…

Tem nova banda goiana na cena: a Jukebox From Hell acaba de lançar seu álbum de estreia, Destemperado, pela Monstro Discos. Foram longos dois anos e meio desde sua idealização até finalmente sair em forma física e também nos serviços de streaming, como o Spotify.

Embora a banda seja nova, ela foi criada por um veterano do rock goiano: Pê Ribeiro, letrista e baixista da falecida Shakemakers, é o criador da Jukebox após o grupo anterior pendurar as chuteiras, ou melhor, as guitarras, após 12 anos de carreira.

O disco traz nove faixas, todas em português, e é encerrado pela faixa título mais dramática e aberto pela canção cheia de trocadilhos Batendo na porta dos fundos. Com grande influência do rock setentista de AC/DC e alguns arranjos instrumentais mais elaborados com sintetizadores e teclados.

O tom da banda é bem rock clássico, oscilando entre músicas sobre festejar (Jukebox From Hell, que dá nome à banda, Na Estrada) e outras mais sentidas, sobre medos e frustrações (como Sorrisos, Lágrimas e CaosO Tolo que Pensava ser Rei).

“Quando a Shakemakers acabou, eu tinha essas composições e resolvi passar com elas pra dentro do estúdio. Trabalhamos, fizemos uma pré-produção disso aí que veio a ser o Destemperado que é este disco que lançamos agora”, contou Ribeiro.

Sobre o nome da banda, Ribeiro revelou que ele veio de uma anedota real: “Veio de uma viagem que a gente foi fazer um show no interior de Minas e paramos para dormir em uma cidadezinha. Era Semana Santa e a gente queria sair pra tomar uma cerveja, só que o lugar era muito religioso, guarda muito estas datas”.

Depois de rodar muito, encontraram: “O único bar aberto na cidade, um copo-sujo, e fomos lá tomar uma cerveja. Lá tinha uma jukebox e um dos meninos empolgou e enfiou um monte de moedas lá e emplacou umas 20 músicas, irmão. Só que tudo rock’n roll e o pessoal do boteco só curtia sertanejo! O que aconteceu: a jukebox ficou martirizando a cabeça do pessoal, tocando música indesejada a noite inteira, sacou”.

Acaba, então, que o nome é muito mais cômico e até ligeiramente auto-depreciativo do que roqueiro propriamente dito. “Não tem muito a ver com a conotação em inglês (a tradução literal é Jukebox Do Inferno). E a galera do boteco ficou toda grilada, lá. É engraçado, mas aconteceu”. O nome é título de uma das canções e Ribeiro conta que percebeu que era um nome forte durante as gravações, passando a adotá-lo para o grupo.

Sobre as influências musicais, Ribeiro confirma que AC/DC é uma grande fonte, mas que a Jukebox tenta sair do arroz com feijão, com arranjos mais elaborados. “Estamos situados naquele hard rock do final dos anos 1970 e meados dos anos 1980 e tem algumas influências minhas, instrumentais, que é mais trabalhada, mais musical, fugindo um pouquinho”.

Agora, sobre as letras, Ribeiro disse que oscilou entre os temas clássicos do rock’n roll e seus próprios sentimentos: “Já as letras tem a ver com aquela parada de festa e de curtição, mas tem um pouco de dor em algumas delas, por tê-las escrito em um período um pouco conturbado da minha vida. Um dia eu tava bem e fazia uma letra mais malandragem do rock’n roll, outro dia estava para baixo e fazia uma letra mais painful. Não é um álbum pra baixo, é bem pra cima, mas tem algumas composições carregadas”.

O baixista também falou sobre escrever em português, algo que parece ser cada vez mais raro no rock goiano independente: “Eu sempre me dei muito bem escrevendo em português. A principal diferença é que o inglês falado cabe melhor no instrumental. Já a dicção do português não ajuda muito pra encaixar nos riffs, nos acordes. Mas pra mim nunca foi um empecilho e nunca tive essa pretensão de querer ter uma carreira internacional”.

Agora que o álbum foi lançado, a Jukebox From Hell está com a agenda aberta  e em busca de shows: “Fizemos o lançamento da banda, o lançamento do disco e o Goiaba Rock Festival, em Inhumas. Agora estamos atrás de fechar datas. Temos alguma coisa conversada em Palmas e no Motor Rock em Brasília, então temos dois festivais engatilhados, mas sem data confirmada”.