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Psicóloga analisa perfil dos finalistas do ‘BBB 22’ e comenta favoritismo de Arthur: ‘Surfou na estratégia vitimista’

A grande final do “BBB 22” está definida, e Arthur, Douglas e Paulo André disputam…

Psicóloga analisa perfil dos finalistas do 'BBB 22' e comenta favoritismo de Arthur: 'Surfou na estratégia vitimista'
Foto: Reprodução - Globo

A grande final do “BBB 22” está definida, e Arthur, Douglas e Paulo André disputam a preferência do público para se tornar o campeão da edição. Após 100 dias de confinamento, na próxima terça-feira, um deles sairá da casa milionário. Em entrevista ao EXTRA, a psicóloga cognitivo-comportamental Maria Rafart analisou o perfil de cada um dos finalistas do programa.

Começando por Arthur, a especialistas explica a construção da sua narrativa de “jogar sozinho”. Para ela, o combate contra Jade Picon, responsável por emparedar Arthur três vezes, fortaleceu seu posicionamento diante do público:

— O conflito Jade-Arthur foi praticamente um presente para o “pãozinho”. Preparado para ser racional em sua trajetória na casa, Arthur se valeu da narrativa vitimista e isolado desde o primeiro dia: na escolha de uma cama beliche, por exemplo, ele já mostrava que o seu jogo seria individual. Arthur usou muito gaslighting para manipular opiniões durante esta edição. Cada vez em que é confrontado, coloca seus combatentes em dúvida sobre suas próprias verdades. Ele surfou na estratégia vitimista até poucos dias atrás, quando a própria edição do programa ao vivo o desmascarou, mostrando flashbacks que confirmavam que algumas de suas afirmações quanto à combinação de votos eram falsas. Seus amigos, que antes caíam facilmente nas redes do seu gaslighting, andam cansados da narrativa de isolado e abandonado pelos demais.

O termo em inglês “gaslighting” representa um tipo de manipulação psicológica sutil, na qual o abusador mente, distorce a realidade e sempre omite informações. Ainda que acusado de praticar tal ato contra outros participantes, aqui fora esse comportamento não abalou a torcida do cantor e ator. Maria Rafart explica como o favoritismo de Arthur entre o público se construiu:

— A narrativa de vítima ou de excluído sempre encontra eco fora da casa: bem ou mal, quase todos temos em nossa história de vida, uma “criança interior” que um dia foi rejeitada. Daí a grande identificação com esse tipo de narrativa, que pode inclusive ser pré programada, já que as chances de encontrar engajamento são grandes.

Para ganhar o título de campeão do “BBB 22”, Arthur precisa bater Douglas e Paulo Adndré, seus companheiros na grande final. Próximos desde o início, o atleta e o ator contam com o carisma para conquistar o público. A psicóloga analisa também os atributos deles:

— PA e DG conquistaram o coração dos espectadores, pelas mesmas razões: nesta edição, jogar bem pode significar não ser muito estrategista – mas ser autêntico e empático. E autenticidade e empatia, este trio tem de sobra. Eles são os motores propulsores de alegria da edição, e é provavelmente esta qualidade dos rapazes que tornou esta final tão masculina.

Essa é a primeira final da história do “Big Brother Brasil” disputada apenas por homens, e para a psicóloga, não houve um critério sexista na avaliação do público para definir isso nesta edição.

Para finalizar, a especialista fala ainda sobre o poder do formato do reality show como atração televisiva que prende a atenção de seus espectadores, e como o antagonismo impulsiona a formação das torcidas:

— Todo reality show é orgânico: por mais que se tente adivinhar os desdobramentos de uma temporada, os caminhos escolhidos, as alianças e os conflitos acabam por tomar rumos próprios. Nisto consiste sua graça: a Psicologia explica que o espectador projeta nos personagens que vão se desenhando, um espelho de sua própria vida – identifica-se com uns, rejeita outros. E esta foi uma edição com poucos antagonistas. O conflito gerado pelo antagonismo é o que, de certa forma, acirra a competição e torna um reality uma atração de tanto sucesso e audiência. As pessoas adoram torcer – mas precisam de narrativas antagônicas.