APÓS POLÊMICA

Show de Gusttavo Lima que custaria R$ 1,2 milhão é cancelado em Minas Gerais

O show que Gusttavo Lima faria em Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, foi…

Cantor cobrou R$ 1,04 milhão da prefeitura da cidade. Gusttavo Lima faz show em Magé, mas evita falar sobre polêmica dos cachês
Cantor Gusttavo Lima (Foto: Murillo Soares | Mais Goiás)

O show que Gusttavo Lima faria em Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, foi oficialmente cancelado pela prefeitura do município neste sábado (28). O cancelamento veio após a repercussão nas redes sociais de que a apresentação do sertanejo custaria R$ 1,2 milhão ao cofre da cidade.

Gusttavo Lima se apresentaria na 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus Dos Matozinhos. Bruno e Marrone também cancelou o show no evento. O cachê da dupla sairia por R$ 520 mil.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o prefeito da cidade, Zé Fernando (MDB). Ele afirma que a festa foi envolvida em “guerra político-partidária” e completa dizendo que a confusão nada tem a ver com a festa, que, segundo ele, representa “renovação de fé, esperança e amor”.

Em nota oficial, a prefeitura de Conceição do Mato Dentro pontuou que não permitirá seu envolvimento em “questões que não representam o município e nem as festividades da cavalgada”. A administração concluiu o texto afirmando que a festa é “importante para a economia do município” e, por isso, não será cancelada, apenas suas apresentações musicais.

Entenda a polêmica envolvendo o cancelamento do show de Gusttavo Lima

Toda a confusão, que tem tomado conta das redes sociais nos últimos dias, começou com uma declaração do cantor Zé Neto. O parceiro musical de Cristiano declarou, durante show, que sertanejos não precisam da Lei Rouanet e, indiretamente, criticou a cantora Anitta, dizendo que também não precisam “fazer tatuagem no toba”.

A declaração fez com que os internautas começassem a vasculhar a origem do dinheiro dos sertanejos. Assim, descobriram que cantores do gênero recebem cachês altos para tocar em cidades pequenas e que, em alguns casos, o montante era pago sem licitação por municípios pequenos. Usuários começaram a pedir por uma CPI dos Sertanejos.

Isso fez com que o Ministério Público (MP) passasse a investigar algumas destas transações. Uma delas, feita para uma apresentação de Gusttavo Lima em uma cidade de Roraima.

Neste caso, o sertanejo cantaria em São Luiz (RR) por um cachê de R$ 800 mil. O MP levou em consideração que o valor é alto para que uma prefeitura de um municio de apenas 8.232 pessoas.

Gusttavo Lima: “não cabe ao artista fiscalizar as contas públicas”

Sobre o assunto, em nota enviada ao Mais Goiás na última quinta-feira (26), a equipe do cantor afirma quye “não cabe ao artista fiscalizar as contas públicas”.

“A Balada Eventos esclarece que: O valor do cachê do artista é fixado obedecendo critérios internos, baseados no cenário nacional, tais como: logística (transporte aéreo, transporte rodoviário, etc.), tipo do evento (show privado ou público), bem como os custos e despesas operacionais da empresa para realização do show artístico, dentre outros fatores”, começa o texto.

“Não pactuamos com ilegalidades cometidas por representantes do poder público, seja em qualquer esfera. Toda contratação do artista por entes públicos federados, são pautados na legalidade, ou seja, de acordo com o que determina a lei de licitações”, continua a empresa que representa Gusttavo Lima.

“Com relação a verba para realização de “show artístico”, cabe ao ente público federado agir com responsabilidade na sua aplicação. Não cabe ao artista fiscalizar as contas públicas para saber qual a dotação orçamentária que o chefe do executivo está utilizando para custear a contratação”, acrescentam.

“A fiscalização das contas públicas é realizada pelos órgãos: TCU (Tribunal de Contas da União) ou TCE (Tribunal de Contas do Estado), de acordo com suas competências, seja a nível Federal, Estadual ou Municipal. Portanto, qualquer ilegalidade cometida pelos entes públicos, seja na contratação de show artísticos ou qualquer outra forma de contração com o setor privado, deverá ser fiscalizada pelo Tribunal de Contas e se apurada qualquer ilegalidade, deverá ser encaminhada para a Justiça competente para julgar o ilícito eventualmente cometido”, conclui a equipe do sertanejo.